Quanto daria eu...




Quanto daria eu para me não separar
Do que afirmam ser desabitado ou de fraco esboço,
Quando durmo, tento não me esquecer disso,
Depois acordo, bem de manso e avanço

Não vá o dia novo findar, e por coima
Sucumbir mais como um tronco submisso (sem defesa) …
Quanto daria eu pra amotinar a ângula pedra  
E usa-la em seu egoístico propósito.

Quanto daria eu para ter um qualquer mérito 
De rei de paus, de bandeira um natural – Império,
Na algibeira, por capricho um pinheiro e o real tributo,
E não ter dessa estranha felicidade, um freio…

Quanto daria eu para não mesurarem o que faço ou penso
E não ter tatuado um rectângulo quadrado como outros afirmam ser
Habitual a pessoas normalizadas de cidade,
Não ouvir do que fala o zéfiro preso à calçada …

Assim, por vezes uso com esforço e da prudência
Duma linda e macia ameixeira de jardim, 
Cor de fogo, como braseira
Bastante para enfrentar uma noite fria,

Mesmo assim quanto daria eu, para que ela ouvisse,
O som dos seus outros pares nos montes,
E o voz dos pensamento das diversas flores,
Reprimidos vezes sem conta por cada raiz que cesse…


Jorge Santos (04/2012)

tradutor

center>

Arquivo do blogue