Quase toco naquilo que penso.



Quase toco naquilo que penso,
Mas se penso na verdade que me toca,
Nem toco aonde acaso eu penso,
Nem penso aquilo qu’inda me toca.
                                                      

O facto de quase me sentir pensar,
Não acalma nem apresa,
A pressa da alma em se dar,
E ninguém conduz com tanta pressa,


Como o pensamento a est’ alma,
Com o dever sem sentido do sentir
Consentido, sentir o longe perto…
Sentir lá fora, o mundo d’outra forma,


Em todos os números-primos da dor intensa
E o conteúdo do sentir insatisfeito,
Quase tocando, aquilo que o cerca e causa
E nos materiais de que o pensar é feito,


Quais largados, em contramão no drama,
De gente, que sente como quem se não tolera,
À falta de se duvidar, em dor e chama,
Em parte igual dele e deste clã na Terra.


Quase sinto aversão áquilo que sinto,
Conquanto toque no que sonho, em vão
Ou não…nunca percebi o quanto
Da razão dista o desacato neste coração.



Jorge Santos (01/2014)

2 comentários:

Unknown disse...

Toco no pensamento que compõe meus poemas. abraços.
Ray

Nádia Santos disse...

Adorei os textos que li, versos intenso e profundos. Obrigada por sua visita, deixo um beijo.

tradutor

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