Cidade País...






Das cidades feitas País,
Conheço umas tantas,
No valor e na significância,

Perguntem à alma dos 
Nacionais o que importa,
Nas cidades feitas País,
Como esta, à sombra
E que tanto me importa,
No valor e na significância... 

Das cidade feitas País, 
Conheço umas tantas,
Remotos edifícios e praças,
Amontoados de sonhos,
Incapazes de regressar
Aos meus,

Das cidades feitas País,
Vê-se os céus por entre as copas
Altas, nem sei porque
Não os avisto sendo meus,

Das cidades feitas País,
Como esta sombria,
Todos somos acaso e recomeço,
Ilusão e memória...

Absurda a cidade que conheço,
De sonhos feitos País meu...






Jorge Santos (13/Novembro 2015)
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Não entendo.






Tod'o sentir m'entende,
Tod'o entender se sente,
Só eu não sei explicar
Como é viver sem sentir,

Embora sinta ao passar
Do tempo, tamanha 
Nostalgia mas apenas no
Pensar, sem entender

Que o pensar não somente
Passa, como não sente
Como eu sinto, sem 
Saber explicar o que minha

Alma pensa, sem passar
Do sonho ao normal
Sentido e ao presente,
O que sente de real

E não entende, apenas
Essa sensação não some
Por nada, nem que enrodilhe
A alma de conjunto com a Terra

Toda e a dor de não ter
Nem entender o que é este sentir
Imenso dentro, onde o tenho,
Não entendo, não entendo,

Não entendo......



Jorge Santos (11/2015)
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Prazer da busca...




Parte de mim busca o prazer,
Parte do que possuo no ser
No entanto, é possuído
Por certo prazer que nem
Sei descrever ou sei se possuo
No som que procuro trazer, por escrito …
Se escrever posso possuir o dom que busco,
Porque apraz a minha vontade viva…
Parte do prazer que usufruto,
Vem da busca de mim, que o escrever me Traz,
Parte de mim busca o prazer,
Da arte que transforma em busca,
Aquilo que posso não achar
Em mim,encantar a outra parte,
Encanto que é o que puder e quero ter
E não possuo,
A arte de descrever
Tal busca, que busco sem saber qual parte,
E quanto possuo,
Embora parte de mim busque
O que outra arte que encanta diz fazer parte
Da vontade de ser eu
E me procurar,
Do lado, onde me encanto
E me iludo, como nesta escrita
Sem arte, onde nem sempre me encontro,
Com quem nem sempre me cruzo…

Porque falo de mim...




Ninguém fala dos outros
Quando escreve para si, só
Poesia que para tantos outros,
Parece falar com eles, deles
E deles só, não sou bom
Ouvinte, nem as cidades
Aumentam a sensibilidade
De meu débil ouvir, mas respeito
A sensação de estar “de bem”
Com a Terra, ensina-me esta
A falar de tudo e do que sou
Feito e aos outros que não ouço,
Mas percebo apesar do barulho
Mudo nos reinos Este a Oeste
Do fim de tudo, onde não cresce
Hera, nem hora nem o fuso,
Nem me dá bom agouro,
Ou usufruto …Pois ninguém
Falar deve, por todos, sem com ele,
Em primeiro no fim e no fundo…

O desejo que morrerá comigo...


O desejo que morrerá comigo
É o único com que acordo e me deito,
Pretendendo ter uma supra consciência
Do que suponho ser universal ou divino,
Nada aparentado aos sonhos só meus
Que nem tenho, mas se reúnem
Como sendo, num capitulo e se resumem
Num desejo que morrerá dentro,
Das passadas que não uso, mas habito…
O desejo que morrerá comigo,
Carrego-o no instinto, inútil é ele,
Tal maquina de escrever que faço uso,
E de que sou marido, ela mulher,
Embora não sejamos casal perfeito,
Copulamos na sala de estar, no leito
No escritório e na cadeira de barbeiro,
Somos dois abismos sem limite
Tendo um céu lá em cima servindo
De horizonte e de ilusão, eu e o desejo
Que morrerá comigo, irónico, eu contente
Como um cão voluntarioso,inevitável.
O desejo que morrerá comigo,
È a memória pura e dura da criatura
Que mais mal conheço e o medo
Que coexiste neste veículo de sentir
Tudo e realmente… Triunfo e mérito
Ou o desprezo de todos eles, do destino
Que nasceu e morrerá comigo, servo
Da realidade, da obediência ao inevitável
Quanto baste, da vontade e do quinhão
De desejo eterno, de sonhar ser vida,
Mas morto esquecido e selado.

Servo Sol...




E quando me depuser o sol
Na curva o norte não serei eu,
Nem estarei na primeira fila, no monte
D’enquando se levantar novo
Lá no céu, a rebolo de ventos
E tempos, não serei eu quem rodopie ou dance, nem mote
Este poema tem pois ele não rebola com o sol quente,
Nem está em tudo o que é areal, vida
(chegada e partida)…
E quando se puser o sol,
Na curva a norte não lhe darei ” boas vindas”
Pois será inútil esperar que volte
Eu, o sol não me deu guarida, abraço,
Nem me abriga do mau tempo aqui,
Nem este poema é só meu,
Mas devido à real querença,
De voltar como vosso,
Tal qual um servo sol…
(Ele vosso porém)…

A razão do tempo...





Às vezes pareço ouvir
O tempo a passar, intimo
Do ouvido e penso como
Vale a pena ser cúmplice, não
Do tempo mas do ouvir,
Pois sei do tempo que passa
Ao passar, por ouvido e não
Pela falta de ouvir, nem de
Pauta, às vezes pareço ser
Cúmplice dos homens todos
Que passam, mas sou apenas d’um,
Com o qual passo todo o tempo
A ouvir, a ouvir o tempo que passa
Junto aos ouvidos dos dois,
Sem forma, lento e sem razão,
Tal e qual os ferros em brasa, dois
Que residem e colidem dentro
E bem fundo em mim e ecoam
A voz que emprego, o sentir profundo,
A fantasia e o sonho, irmãos cativos
De meu coração que não sente, nem cansa
De emitir o que interessa,
Bastava buscar na esperança ouvir
A substancia que o reveste,
Mesmo que ele nada contenha,
Sob a pele o sangue e veias,
A imaginação do contentor,
Será o papel de parede deste
Coração que não sente, mas lê e ouve
Todos os dias na paisagem, a mudança
E a ser indiferente a tanta e à tal dor
Falsa, fictícia, desinteressante, baça
Da mesma cor do aço, que não contém
Sob a pele, sangue e veias mas teima
Tal e qual badalo com pressa do sino
Que parece ouvir-mos na cabeça
E nos foge pela boca, às peças…

Jorge Santos 10/2015)
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Felicitas...





Seiva vontade "suber",
Sei do indefinível,
O que me acciona 
a pele, a seda, 

Vontade seiva,
Que dispo/visto
E uso eu ilúcido 
Destro, ó mudo,

seiva vontade, 
Homúnculo elixir, 
Herói grifo, viril,
Sei do indefinível, 

Húmus nata,
Bela espátula,
Soro, vida ermita,
Vontade seiva,

Vinil pergamus,
Indecifrável vita,
Síncronus felicitas,
Romano Rómulo, 

Vesúvio...


Jorge Santos (25/09/2015)
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Carpe diem
HIC HABITAT FELICITAS ("A felicidade mora aqui"). Essa frase com a ilustração foi colocada originalmente no centro do arco sobre o forno de um padeiro de Pompeia para espantar os maus espíritos. No começo do século XX, a placa foi transferida, juntamente com dúzias de artefatos que hoje em dia dificilmente seriam considerados ofensivos, para o "Gabinete de Objetos Obscenos" do Museu Arqueológico de Nápoles. A mesma inscrição, seguida de nil intret mali ("Que nenhum mal entre"), mas sem a ilustração, foi encontrada em um mosaico na entrada de uma casa de Salisburgo. Restaram muitos anéis decorados com um símbolo fálico daquela época, que eram usados por crianças como amuletos de proteção.

Sou um homem complicado...

 









Sou um homem complicado, pondo

De lado a saudade do que queria,
Escondo o que penso da abdicação
E o que quero é um santo remédio,
Que dê combate ao absurdo que sou

E queria para deixar de existir o que 
Quero por encanto e enquanto falar
A saudade tão alto que não haja 
Maneira de ouvir não pensar, se quero 

O impossível que continuo a querer
Por teimosia e nao por bom senso
Ou a incapacidade de ter saudade de tudo,
Pois sinto saudade do sorriso, pondo

De lado a razão, com que não lido,luto...
Sou um homem complicado, ponto,
Como se não fosse a consciência alheia
Oscilante e variável por direito cível

E alienável a condição de fazedora 
De espelhos e fantasma de laboratório
Queria para deixar de existir, o processo
De ser Deus trazido pra escrita,

Quem sabe a minha vinda depois de viver,
Explicando tão concreta porém abstracta, tinta... 




Jorge Santos (03/09/2015)
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Carpe diem
posso soltar as asas
abalar no vento
segurar-me à liberdade
como um nómada d'outro tempo

mas só voo se me fizer
soltar do medo e do pensar
posso soltar as asas
e deixar a alma

presa ao peito
que jamais isso 
será voar a sério, sem volta
nem pesar...

sou tanto livre
quanto o coração
me faça desaprender 
de o sentir normal

posso soltar as asas
pra me aliviar o peso
mas penso simplesmente
que voar é me adicionar ao vento

sem o apetrecho
que carrego desde sempre e o peso 
enganchado deste jeito
ao corpo morto,

ele todo

J.S.

Fujo...







Aparente é o tempo meu
Em tudo quanto morrendo
Não morre, fica e me prende
De incerteza e na ausência

De plateia sindica, ansioso
Perante a audiência, eu
A quem o tempo pesa
A fadiga e adia a morte

Aparente do fuso tempo,
Que não morre, prende
E de soslaio me fita...
Milito gestos e anúncios

Do meu desempenho
De humano infecundo,
O mundo é porventura 
Só um mundo e acaso 

Haja outro, não tem
Importância nem me
É útil a mesmíssima sorte...
Aparente é o meu tempo 

Mil, montando palavras
Em escadote e escalas,
Nomes em saldo, incluo 
Nada meu nem aprendo

O mecanismo do aparente
Tempo...fujo.



Jorge Santos (03/09/2015)
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A tasca dos abissais...






O meu rosto
É por dentro 100 % escrito,
Outros respiram p'la barriga,
Eu atiro pra fora a desdita,

A sentença que me afoga,
É ditada por outros surdos
Roucos, Sem usufruto, estatuto
Nem ritmo, a rês

Que pasta e excrementa
No trás-do-mundo, na mente
Árida dum louco ou parvo
que trago comigo, de rastos, eu arreado,

Escrevo por falta
De vergonha
Na cara, a minha cova
È o putéfilo

Das reles e feias
Corujas divas, tristes musas,
Três delas seminuas,
Dão-me bofetadas,tabefes

Palavrões e da porrada dura
Em grafittes que ignoro mas depuro,
A trave/escora não suporta
O horror do vício sujo, cujo

Que é acordar acoitado,
Na dimensão paralela
Dita poética,
Eu, mau incriado,

Escrevo por descaramento,
Criado ou Rei cristo,
Grito, nu e destronado,
Em mesas de troncos podres,

Dessas que, mesmo aos Deuses
São vedadas,
-Na tasca dos abissais ritos-







Jorge Santos (02/09/2015)
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Carpe diem


As histórias devem ficar para trás
Para que não se confundam com o
Tempo de hoje tal como os sonhos
Se devem manter no coração pra
Que não saiam quando respiramos

Como acontece agora,requer treino
E acreditar que temos dentro uma
Das maiores soluções pra felicidade
Do Homem quando falamos de ilusão
Da boca pra fora ao respirar poesia

E como esta entra nos pulmões da gente
Temos pra isso de estar atentos aos sons
Das asas passando de trás pra frente
Como estórias de encantar destinos
E gentes...


J.S.

Homem duplicado...







Quero ser duplicado
Em partes desiguais,
Parte consciência,
E o que sinto sendo

Real do meu lado
E nego ao pensar,
Consciente do outro
Bocado mais curto,

Destes, do que sou
Mais proeminente,
Não do outro, aquele
Que importa aos "bravos",

Quero ter duplicado,
Do que não simbolizo,
Embora tenha a alma
Prenha do que é cedo

Ainda achar simbólico,
Senão eu, estranho à
Emoção que me veste,
Tão Pouco emocional

É o meu pensamento
Real, esperando ser Rei
Dos poucos e dos loucos,
Eis a definição do enigma

Do homem Duplicado...



Jorge Santos (31/08/2015)
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Carpe diem


È outra vez do duvidar que duvido,
Do futuro de sentir e pra lém
Da espuma do que se sente evidente
Mas com um manto de dúvidas,tê-las

Sem maneira de deixarem de ser...
È outra vez do duvidar que duvido,
Do que acontece e foi já avistado,
Creio que em primeira mão

Por sentido que não duvido existir
Em mim,eu que antevejo o futuro
Mas não vejo nem me sinto presente,
Nem a conspiração entre ambos

È deste mundo , duvido de tudo,
Do sonho que me visita de noite,
E não se oculta, preferia ao que
Pode significar o sonhar em estrelas

À luz do dia e da vela, o oculto
Que não duvido existir noutros cantos
Do pensar inconsciente e o significado
Destes sonhos negros...escuros,

Ecos de milhares de almas que quero
Não deixar de sentir, como se as tivesse
Lendo no meu ouvido esquerdo,
Esquecido, esquizo ...


J.S.

Qual viagem...









Queria trazer eu do gelo, um beijo
Não meu, mas da chuva temperada
E quente,, congelado no momento
Antes de o ser dado... e o prazer

Do antes quase colado, sem palavras,
Quase como se fosse o instante,
Depois do relâmpago que precede
A tempestade,queria ser eu

P'lo temporal açoitado, com dentadas
Da chuva brava, como se uma boca
Danada me afagasse o pelo com
O cheiro a ozone e terra molhada,

Fresas como beijos da natureza
Fada e o odor bravio a pinheiro,
Quereria amar a lua e luar, mesmo
Aquele agreste e frio de Janeiro,

Com o chão prata e branco, assim
Como o meu desmazelado cabelo
Amante das madrugadas e do afago
Das pedras dos caminhos onde caio

Eu ao anoitecer que amo, que beijo
E onde me ajeito, assim como se fosse
Meu travesseiro, minha confidente
Meu amor primitivo e primeiro,

Sinto como se morresse de prazer
E o não voltar da morte seria o êxtase
Total e a certeza de fazer parte da vida
Na Terra redonda na qual viajo...



Jorge Santos (31/08/2015)
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Hoje não encontrei a dor...








Hoje não encontro a dor,
O que me doi é a alma
Do vício da dor num gole,
Caísse o chão não magoaria

Tanto, e à dor como esta
Que não encontro nem dentro,
Nem fora, desta alma taberna.
De s'quina quanto procuro na dor,

Encanto quando p'lo odor
Vou se me parece a ser rosa,
Jasmim incenso, pressinto
A dor que não tenho,

Nem quero, mas anseio
Sem como nem porquê,
Hoje não encontro a dor,
Nem a real nem a falsa

Dor de bar, quando bebo
Absinto para sentir no peito a
Dor que do álcool faço lar,sinto
É chamas, ruínas e o balcão velho,

Hoje não encontro a dor,
No sítio que considerava
Antes como sendo
Endereço postal correcto,

A esquina do taberna,
Do copo de três....






Jorge santso (29/08/2015)
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Amor prisão...




O amor é uma cadeia de vidro,
Tal como faz falta ao rio,
Despejar na foz a água,
Também em nós um regato
Da sede é partilhado nos
Teus lábios, dos meus..

Sinto na demora o estéril
Que é esperar, também tenho um rio
Interior, mar porém seco
Na voz outrora fresca,
Agora fria como os seixos
Em volta da Maré vazia.
Solto, o amor é uma cadeia

Mineral, não se pronuncia
Em escala humana, sente-se
Quando se cala na voz
A interpretação do olhar,
Tal como faz socalco no rio
Quando encalha o mar
Limite, faz falta um rio,

No meu desaguar de foz,
Pra que se não quebre o aluvião
De argila em caos de cacos
No meu peito cadeia, prisão..
O amor é uma cadeia sem grades
Nem ameias de castelo tem,
Nem nas minhas veias mornas corre

Ou correu intrépido, algum rio...



Jorge Santos (27/08/2015)
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Casa Branca-Apeadeiro







Gare da Casa branca,


Desejo nem sentir nem pensar,
Nem um nem outro são brancos
Tanto, como a convicção que preciso
Pra não ter coisa alguma,

Nem estação nem apeadeiro,
Para emoções sem destino,
Como as que tenho, sou livre
E contudo nada sou senão

Prisioneiro do existir e do
Querer que não quero saudar,
Não por moda ou desuso,mas
Separar-me dele é doloroso,

Requer desertar do corpo,
Coisa que nem sei se posso,
Salvo impor silencio ás sensações,
Quer as invente, quer às reais

Principalmente fora do corpo,
Que é onde me fundo e o meu chão
De estação centra,l ou gare
Escura mas com privilégios de tudo

O que é mundo, por isso desejo
Nem sentir, nem pensar como
Toda a gente,ser livre de destinos
Impostos pelos materiais que geram

Os sentires de mim e de tudo...





Jorge Santos (25/08/2015)
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D'autres pas.





"Ser poeta" merece um poema grande,
Mas um poema merece uma flor maior
E até a dor imensa merece um poema
Largo, se o poema precisar ter lado certo,

É porque quem lê não se senta
Do lado que sente, quem descreve
Uma flor indiferente que nem perfume tem
Ou um poema que precisa ser torto tanto

Para ser a porta certa para o sentir grande
E total ou dor incondicional, o ser tal poeta
Merece ter sempre um poema de amor
Certo o perto mais perto que um poeta

Canhoto convém ter e não chore apenas
Poema de mercearia, "aberto-das-tantas-
Às-tantas", mas sem poesia nem mérito
escrito a mão dextra e com a letra certa

E o perfume a rosa, falso e manso,
O "ser" poeta é aquele que parece ter dor quando
Esconde nele a dor de verdade e encanta
Quando mostra perfumada de poema

A dor aparente de quem nada sente
Como verdade inquestionada, de "la Palice"
"Certains poèmes sont grands, d’autres pas". ...










Jorge Santos (18/08/2015)



No fundo...












No fundo,

Sou outra pessoa ao pensar,
Mudo tão completamente
Que os pés ponho, ao lado da boca
E o cérebro na ponta dum garfo

Rombo, sinto ser outra pessoa a pensar,
Tenho fome do que está pra'lém do fim,
E no que sinto me enrolo, encaracolo
Pra sentir o pensar com a boca

Em roda dos ridículos testículos
E o dedo grande do pé nos dentes
Com que descrevo mil varizes,
Estendendo-as ao comprido"

Embora só às vezes entenda,
O que dizem ao passar, plo pensar
Que não sendo meu, sou eu o outro
Ou outra gente no meu pensamento,

Bem lá no centro, a pensar ser eu,
Quem pensa com'ess'outra Pessoa,
Que no fundo soa e sabe a mim...
Sempre ... sempre... sempre...


No fundo sei que de trás e de frente
apareço em cada obra que creio ser minha
embora saiba de sobra, em Réis
ela valer tão pouco e que eu nunca

Serei quem ...




Jorge Santos (06/08/2015

Por amor ao meu país...





Passo do amor à politica,
Por amor do meu pais
Verdadeiro,

Por fim passo da política,
À poesia por despudor,
Não por amor à primeira,
Entorto como uma colher,

À procura do calcanhar
E só recolho um ralo,
Aquoso e insonso tanto, deste
Amor não recíproco

Com a vida em que me pendo,
Com quem convivo,
Por amor ao seguinte,

Ímpar é o meu sonho,
Igual a nenhum outro,
Quanto mais o seguro,
Mais ele confirma,

Ser verdadeira a porção,
De sonho que bebo
Ao deitar pra me
Sentir futuro de

Manhã, quando acordo
E penso se não serei eu
feliz, mais que ninguém

Senão só eu, se não sairá do
Mar chão o meu pensar
Veleiro e o passar,
Passageiro do sonho,

Ímpar e inocente,
Como novo e a estrear, ainda
Que estranho este
Sonhar, Ímpar o sorrir,

Quando me apaixono
Por tudo e por pouco,
Ímpares os sapatos
Que calço, a camisola

Usada, o trabalho
Mesmo que não "dê nada",
Ímpar a irracionalidade
Desta poesia,

Assim as relações
Entre humanos, ímpares
quando acreditamos,
Ímpar o meu sonho,

De um veleiro no chão mar,
Do meu passar passageiro,
Tão perto, tão longe
Do meu amar veleiro,

Mesmo que não navegue
De verdade aqui no meu país,
Verdadeiro o meu jeito de amar...











Jorge Santos (09/2015)
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A Mariposa e Eu...





Quantas vezes te sinto tão perto,
Que ignoro o que seja ser um outro sentir
Meu,tantas vezes te sigo decidido,
Que nem sei que decisão tomar,

Ao sentir o som do teu vestido,
O perfume do teu discreto passar,
Quer sejas tu ou o pensar meu,
Que por vezes sinto, como quem

Sente ser de verdade, o sentir
Que não se tem certo, mas se sente
Como quem te tem por perto,
Quantas vezes sinto tão bem,

Quando tuas asas de ar voam rente,
Ao meu outro sonho morto, tão chão,
Tão curto. Quantas vezes sinto teu corpo,
Por definir na relva, tua voz no arvoredo,

Quantas vezes nem terreno meu coração
Tem, nem é sendo...


Jorge Santos (03/07/2015)
http://joel-matos.blogspot.com


Fui...








A gente sabe ou pressente,
No que existe, o que existiu e flui,
Suponho eu, em comum num invicto rio,
Que da gente, tudo sabe ou pensa,
Corre ou percorreu a nossa
Existência noutra margem do espírito,

A gente sabe ou supõe, possuir

Ou ter, memória inconsciente do que 
Existiu e passou, mas nem todos 
Lembram o que eram ou foram,
A gente pensa saber apenas,
Mas nem sabe bem, nem pensa sequer

No que está pr'alem do horizonte,

E flui nas nossas veias, apenas
Como um rio dentro de uma flor,
Que se supõe ser,como quem pensa saber,
Mas não lembra, nem o tempo 
Que passou e foi e foi e foi e foi,

Suponho eu, como um comum rio

De seis mil milhões de nomes e vozes
E cores, neste oceano humano,
Ele existe porque sempre existiu,
Ou pensou que existe, porque somos 
Apenas os sonhos da gente que foi e foi e fui 

E Fui...



Joel Matos (30/06/2015)

http://namastibetpoems.blogspot.com

tradutor

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