O Egeu e a Trácia...





Quando o malho é d'aço e cinza,
Mais me dedico ao azul tinta,
Egeu feiticeiro de maré farsa, se
Neste mar torácico incenso ateio,

Quando o mais é cinza e aço retinto,
Mais disfarço na maldita escrita,
A taça e o desejo que à maré venha,
Quase um quarto do mar é manso,

Dele sofro, quando o mais é aço,
E mais faço da escrita palha, feno
E desejo a mar e cheia, a chama
E faço de conta ser sósia, visto

De fato impresso, cinza comum
Com a janela de baixo, cerrada,
Quando o mais é aço e ferro em V,
Mais evitável me sinto, acabado

E concluído, falso evidente,
E toscano com ranço pegado
Ao fundo de garrafa de azeite,
Velha, vazia, vasilhame, vaso,

Quando, para os demais é exacto
E fácil, para mim é intáctil e falácia.
O Tórax e o Eu...














Jorge Santos (25/06/2015)











Tanto eu como o mar em frente...





Tanto eu como o mar em frente,
Enlouquecido e bruto, tornámo-nos cactos ,
Flores mortas, hortos de pouca água, logo
Eu sou sem ser, a colher e a castrada fé

Tanto de mim, como do mar em frente,
Embriagámo-nos de erros fatais ,
Não sabendo serem frutos, vegetais
Colhidos ou cardeais do juízo perdido,

Tanto eu como o mar em frente,
Lamentámo-nos às páginas tantas,
De quando havia rosas e o movimento
Dos astros em fúria ,se fazia compreender

Por um leigo desenhando amores-perfeitos,
Tanto eu como o mar em frente,
Encetámos uma marcha lenta,
Tendo ambos por virtude, a esperança-boa

E que o movimento dos astros,
Nos leve a um bom porto, doutro mar
Pensado, doutra nação que não esta,
Que castra meu coração outrora salgado

E ind'agora são, tanto eu como o mar
Que mora em frente…









Jorge Santos (20/06/2015)





Se te desse a lua...




Se te desse a lua,


Se dessa lua me ouso lavar,
Pois me deste tu a lua só,
Dou-te eu o mar enchente,
Se nesta lua houve um mar,

Atlantes, dantes homens-peixes...
Se te desse a lua nova à talhada,
Encantado seria eu na voz, na pele
E devoto do crescente, doravante

Pra louvar d'hora
A hora e por diante, escama
Do tempo sem tempo,
Tal como a memoria dum "Olifante"...

Se te desse a lua,

Iria de bicicleta, directo
A ela como quando saía da escola,
Antes de me estatelar,
Na areia do sopé, no escorrega

Lua cega, me lembra
O começo quando lançava
Flechas ao vento e o tempo
Não mais me abalava, lua sem peso

M'alembro do teu luar,
Se te desse a lua, lavava
Os meus olhos no mar,
Se te desse a lua,

Secava ao sol, as lágrimas e o sal...











Jorge Santos (19/06/2015)
http://joel-matos.blogspot.com

A minha validade...





A minha validade maior,
É ser independente do palco
E do belo, esse não tem valor que baste
Nem num só cabelo pra que se
Compare ao iracundo poema

Infecto mas meu e puro tanto
Que o ouço pensar quando
Não durmo e se durmo
O vejo, independente e belo,
Ele como topo do mundo,

A minha vontade maior
É o tentar ser tão presente
Quanto futuro, na relatividade
Inexacta de tudo ou quase,
Singularidade crua ou verde, palato

Complexo ou incomplexo mas vosso,
Mas vosso o meu tosco pensar fosse,
E ao cubo. Do pouco tempo
Que ocuparei com a minha dança
A pista deixarei no chão apenas sinais

Leves da minha fraca presença,
Mas lá em cima, as nuvens palácios
Céus ...









Jorge Santos (12/06/2015)
http://joel-matos.blogspot.com

tradutor

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