Felicitas...





Seiva vontade "suber",
Sei do indefinível,
O que me acciona 
a pele, a seda, 

Vontade seiva,
Que dispo/visto
E uso eu ilúcido 
Destro, ó mudo,

seiva vontade, 
Homúnculo elixir, 
Herói grifo, viril,
Sei do indefinível, 

Húmus nata,
Bela espátula,
Soro, vida ermita,
Vontade seiva,

Vinil pergamus,
Indecifrável vita,
Síncronus felicitas,
Romano Rómulo, 

Vesúvio...


Jorge Santos (25/09/2015)
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Carpe diem
HIC HABITAT FELICITAS ("A felicidade mora aqui"). Essa frase com a ilustração foi colocada originalmente no centro do arco sobre o forno de um padeiro de Pompeia para espantar os maus espíritos. No começo do século XX, a placa foi transferida, juntamente com dúzias de artefatos que hoje em dia dificilmente seriam considerados ofensivos, para o "Gabinete de Objetos Obscenos" do Museu Arqueológico de Nápoles. A mesma inscrição, seguida de nil intret mali ("Que nenhum mal entre"), mas sem a ilustração, foi encontrada em um mosaico na entrada de uma casa de Salisburgo. Restaram muitos anéis decorados com um símbolo fálico daquela época, que eram usados por crianças como amuletos de proteção.

Sou um homem complicado...

 









Sou um homem complicado, pondo

De lado a saudade do que queria,
Escondo o que penso da abdicação
E o que quero é um santo remédio,
Que dê combate ao absurdo que sou

E queria para deixar de existir o que 
Quero por encanto e enquanto falar
A saudade tão alto que não haja 
Maneira de ouvir não pensar, se quero 

O impossível que continuo a querer
Por teimosia e nao por bom senso
Ou a incapacidade de ter saudade de tudo,
Pois sinto saudade do sorriso, pondo

De lado a razão, com que não lido,luto...
Sou um homem complicado, ponto,
Como se não fosse a consciência alheia
Oscilante e variável por direito cível

E alienável a condição de fazedora 
De espelhos e fantasma de laboratório
Queria para deixar de existir, o processo
De ser Deus trazido pra escrita,

Quem sabe a minha vinda depois de viver,
Explicando tão concreta porém abstracta, tinta... 




Jorge Santos (03/09/2015)
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Carpe diem
posso soltar as asas
abalar no vento
segurar-me à liberdade
como um nómada d'outro tempo

mas só voo se me fizer
soltar do medo e do pensar
posso soltar as asas
e deixar a alma

presa ao peito
que jamais isso 
será voar a sério, sem volta
nem pesar...

sou tanto livre
quanto o coração
me faça desaprender 
de o sentir normal

posso soltar as asas
pra me aliviar o peso
mas penso simplesmente
que voar é me adicionar ao vento

sem o apetrecho
que carrego desde sempre e o peso 
enganchado deste jeito
ao corpo morto,

ele todo

J.S.

Fujo...







Aparente é o tempo meu
Em tudo quanto morrendo
Não morre, fica e me prende
De incerteza e na ausência

De plateia sindica, ansioso
Perante a audiência, eu
A quem o tempo pesa
A fadiga e adia a morte

Aparente do fuso tempo,
Que não morre, prende
E de soslaio me fita...
Milito gestos e anúncios

Do meu desempenho
De humano infecundo,
O mundo é porventura 
Só um mundo e acaso 

Haja outro, não tem
Importância nem me
É útil a mesmíssima sorte...
Aparente é o meu tempo 

Mil, montando palavras
Em escadote e escalas,
Nomes em saldo, incluo 
Nada meu nem aprendo

O mecanismo do aparente
Tempo...fujo.



Jorge Santos (03/09/2015)
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A tasca dos abissais...






O meu rosto
É por dentro 100 % escrito,
Outros respiram p'la barriga,
Eu atiro pra fora a desdita,

A sentença que me afoga,
É ditada por outros surdos
Roucos, Sem usufruto, estatuto
Nem ritmo, a rês

Que pasta e excrementa
No trás-do-mundo, na mente
Árida dum louco ou parvo
que trago comigo, de rastos, eu arreado,

Escrevo por falta
De vergonha
Na cara, a minha cova
È o putéfilo

Das reles e feias
Corujas divas, tristes musas,
Três delas seminuas,
Dão-me bofetadas,tabefes

Palavrões e da porrada dura
Em grafittes que ignoro mas depuro,
A trave/escora não suporta
O horror do vício sujo, cujo

Que é acordar acoitado,
Na dimensão paralela
Dita poética,
Eu, mau incriado,

Escrevo por descaramento,
Criado ou Rei cristo,
Grito, nu e destronado,
Em mesas de troncos podres,

Dessas que, mesmo aos Deuses
São vedadas,
-Na tasca dos abissais ritos-







Jorge Santos (02/09/2015)
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Carpe diem


As histórias devem ficar para trás
Para que não se confundam com o
Tempo de hoje tal como os sonhos
Se devem manter no coração pra
Que não saiam quando respiramos

Como acontece agora,requer treino
E acreditar que temos dentro uma
Das maiores soluções pra felicidade
Do Homem quando falamos de ilusão
Da boca pra fora ao respirar poesia

E como esta entra nos pulmões da gente
Temos pra isso de estar atentos aos sons
Das asas passando de trás pra frente
Como estórias de encantar destinos
E gentes...


J.S.

Homem duplicado...







Quero ser duplicado
Em partes desiguais,
Parte consciência,
E o que sinto sendo

Real do meu lado
E nego ao pensar,
Consciente do outro
Bocado mais curto,

Destes, do que sou
Mais proeminente,
Não do outro, aquele
Que importa aos "bravos",

Quero ter duplicado,
Do que não simbolizo,
Embora tenha a alma
Prenha do que é cedo

Ainda achar simbólico,
Senão eu, estranho à
Emoção que me veste,
Tão Pouco emocional

É o meu pensamento
Real, esperando ser Rei
Dos poucos e dos loucos,
Eis a definição do enigma

Do homem Duplicado...



Jorge Santos (31/08/2015)
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Carpe diem


È outra vez do duvidar que duvido,
Do futuro de sentir e pra lém
Da espuma do que se sente evidente
Mas com um manto de dúvidas,tê-las

Sem maneira de deixarem de ser...
È outra vez do duvidar que duvido,
Do que acontece e foi já avistado,
Creio que em primeira mão

Por sentido que não duvido existir
Em mim,eu que antevejo o futuro
Mas não vejo nem me sinto presente,
Nem a conspiração entre ambos

È deste mundo , duvido de tudo,
Do sonho que me visita de noite,
E não se oculta, preferia ao que
Pode significar o sonhar em estrelas

À luz do dia e da vela, o oculto
Que não duvido existir noutros cantos
Do pensar inconsciente e o significado
Destes sonhos negros...escuros,

Ecos de milhares de almas que quero
Não deixar de sentir, como se as tivesse
Lendo no meu ouvido esquerdo,
Esquecido, esquizo ...


J.S.

Qual viagem...









Queria trazer eu do gelo, um beijo
Não meu, mas da chuva temperada
E quente,, congelado no momento
Antes de o ser dado... e o prazer

Do antes quase colado, sem palavras,
Quase como se fosse o instante,
Depois do relâmpago que precede
A tempestade,queria ser eu

P'lo temporal açoitado, com dentadas
Da chuva brava, como se uma boca
Danada me afagasse o pelo com
O cheiro a ozone e terra molhada,

Fresas como beijos da natureza
Fada e o odor bravio a pinheiro,
Quereria amar a lua e luar, mesmo
Aquele agreste e frio de Janeiro,

Com o chão prata e branco, assim
Como o meu desmazelado cabelo
Amante das madrugadas e do afago
Das pedras dos caminhos onde caio

Eu ao anoitecer que amo, que beijo
E onde me ajeito, assim como se fosse
Meu travesseiro, minha confidente
Meu amor primitivo e primeiro,

Sinto como se morresse de prazer
E o não voltar da morte seria o êxtase
Total e a certeza de fazer parte da vida
Na Terra redonda na qual viajo...



Jorge Santos (31/08/2015)
http://namastibet.blogspot.com

Hoje não encontrei a dor...








Hoje não encontro a dor,
O que me doi é a alma
Do vício da dor num gole,
Caísse o chão não magoaria

Tanto, e à dor como esta
Que não encontro nem dentro,
Nem fora, desta alma taberna.
De s'quina quanto procuro na dor,

Encanto quando p'lo odor
Vou se me parece a ser rosa,
Jasmim incenso, pressinto
A dor que não tenho,

Nem quero, mas anseio
Sem como nem porquê,
Hoje não encontro a dor,
Nem a real nem a falsa

Dor de bar, quando bebo
Absinto para sentir no peito a
Dor que do álcool faço lar,sinto
É chamas, ruínas e o balcão velho,

Hoje não encontro a dor,
No sítio que considerava
Antes como sendo
Endereço postal correcto,

A esquina do taberna,
Do copo de três....






Jorge santso (29/08/2015)
http://namastibetpoems.blogspot.com

Amor prisão...




O amor é uma cadeia de vidro,
Tal como faz falta ao rio,
Despejar na foz a água,
Também em nós um regato
Da sede é partilhado nos
Teus lábios, dos meus..

Sinto na demora o estéril
Que é esperar, também tenho um rio
Interior, mar porém seco
Na voz outrora fresca,
Agora fria como os seixos
Em volta da Maré vazia.
Solto, o amor é uma cadeia

Mineral, não se pronuncia
Em escala humana, sente-se
Quando se cala na voz
A interpretação do olhar,
Tal como faz socalco no rio
Quando encalha o mar
Limite, faz falta um rio,

No meu desaguar de foz,
Pra que se não quebre o aluvião
De argila em caos de cacos
No meu peito cadeia, prisão..
O amor é uma cadeia sem grades
Nem ameias de castelo tem,
Nem nas minhas veias mornas corre

Ou correu intrépido, algum rio...



Jorge Santos (27/08/2015)
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Casa Branca-Apeadeiro







Gare da Casa branca,


Desejo nem sentir nem pensar,
Nem um nem outro são brancos
Tanto, como a convicção que preciso
Pra não ter coisa alguma,

Nem estação nem apeadeiro,
Para emoções sem destino,
Como as que tenho, sou livre
E contudo nada sou senão

Prisioneiro do existir e do
Querer que não quero saudar,
Não por moda ou desuso,mas
Separar-me dele é doloroso,

Requer desertar do corpo,
Coisa que nem sei se posso,
Salvo impor silencio ás sensações,
Quer as invente, quer às reais

Principalmente fora do corpo,
Que é onde me fundo e o meu chão
De estação centra,l ou gare
Escura mas com privilégios de tudo

O que é mundo, por isso desejo
Nem sentir, nem pensar como
Toda a gente,ser livre de destinos
Impostos pelos materiais que geram

Os sentires de mim e de tudo...





Jorge Santos (25/08/2015)
http://namastibetpoems.blogspot.com

tradutor

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