“Hic sunt dracones”, A dor é tudo …




Sinto na desilusão uma pedra alçada,
Como papel de embrulho amassado e velho
E o erro que é ter inveja de um cego que vê
Meio muro por uma fenda, pro qual a dor
É purpura, não do vinho, mas de sangue sujo
E uma pedra afiada, um torno e a angústia
Como uma espada de ferro romba, na boca
Cuja serviu de ponta dos pés e a língua de
Vime, como monumento ao que outros dizem
No garrote à vergada populaça infame, vil
Inveja, doença de superioridade sem cura
Pra derrota. “Hic sunt dracones” e aos vendados,
Que atrás das hordas marcham sérios,
Cobertos de escaras iméritas, inéditos Drusos,
Sem nação nem calçada régia, mundo de betão
Herege, onde encostas a barriga de encontro
À parede que julgas consciente, Acabas tu
Como a Lua, a sombra é crua, o mundo
É tão perfeito visto de cima, quanto cruel
É a cinza e o holocausto, que só tem um lado,
-Que fosse o que não é possível ver-se,
Sinto a desilusão como destino e a afeição
Como o azeite para a água, indiferente
Esta alma que nem aceita nem sente, a única
Maneira de não sentir nada é perder e acabar
Sorrindo pra palavras que nem conhecimento
Precisam de ter, nem talento pra mistérios,
“Hic sunt dracones” repetimos fundo e o
Senão do “sei explicar tudo”, sem a humildade
Do apicultor nem a condição do incógnito
Que se revela, tal como uma abelha flutua
E a falha no voo, o paradoxo da fiabilidade
Lapidado nos que passarão por nós, noutros
Séculos e a ideia de morte, donde ninguém
Voltou com exéquias de Filisteu,”príncipe do luto”.




Sem comentários:

tradutor

center>

Arquivo do blogue