A alegria que eu tinha,
Era a de descrever
A geometria do que sentia
Nos ombros, dos cantos da boca,
À linha direita, torcida
Dos cabelos, do queixo,
Nos nós dos dedos, da tristeza fixa
E pobre, com o que fico
Me convenço,
È uma maldição rasa,
Que espero em vão desapareça,
A visão estrangeira
Com que me meço
Na ressaca dos outros,
Sendo eu ela própria,
Pródiga não sei no que seja
E só. A alegria que eu tinha
Quando era, como era
Inda’gora, me conforta
Apesar de banal, pouco interessante.
Extraio vida de coisa alguma,
Limitando-me a sonhar,
Embalsamando minhas
Palavras.
Jorge Santos (Fevereiro 2023)
2 comentários:
Descobri hoje este site onde me foi possível ler alguns poemas de sua autoria, de que este é um claro exemplo.
Queria também parabenizá-lo por vê-lo representado no Escritas.org.
Abraço de amizade.
Juvenal Nunes
Sua postagem foi excelente! Eu realmente gostei. Estou ansioso para ler mais do seu trabalho.
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