tag:blogger.com,1999:blog-48022310587410689502024-03-13T13:54:48.816+00:00Jorge Santos(poesia)namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.comBlogger500125tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-62409734828775447742024-03-09T11:21:00.002+00:002024-03-09T11:21:13.988+00:00Cedo serei euCedo será o fim da fera, sinto-oSofro e sou-o, meço-me salvo--Erro p’lo destino, é curto o postigo,O fio, a fita, trágico o pavio,Antecipo tudo isso e escuto,Ouço o sopro como espécieDe grito rouco ou sufocoExpulso em vapor e fumo,P’lo meu peito atómico,Prova do exótico, defuntoMe pressinto e prossigoAcossado assim como vim,Sem causa nem fim,Nem castigo futuro,Foi o que vivi que me viveuE o namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-52749052384604445412023-11-28T10:41:00.004+00:002023-12-16T09:29:54.236+00:00Entrego-me a quem eu era,Entrego-me a quem eu era,Combinação alegre e tristeDe claro e escuro, contornoE forma,Serei de modoA não deixar de serO quer que fui, assim eu era,Sendo sou enunciado do que fui:-Não domino o impulso,Expresso o desejo, motiva-meO sofrimento e a qualidadeDe não possuir um nem outro,Sou o perfeito analista genéricoDe tudo que não me interessa,Particular, ou o estoicamenteSimplista por defeito,namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-77426226791575997222023-11-23T21:04:00.004+00:002023-11-23T23:50:47.624+00:00No meu espírito chove sempre, No meu espírito chove sempre,E justamente como eu quero,Chuva triste, anónima a chuva,Anónimo eu, será que existo nelaOu ela entre mim e eu. Há um fossoCavado e eu parado, curvadoAssomo o poço, aceno, sou euPor debaixo no rosto da lua feiaNo escuso fundo, meu futuroUma nau, pavio apagado, navioSem pavilhão sem passado, portoDe abrigo sob estandarte inimigo.No meu espírito sempre choveu,namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-66002487662053314382023-11-23T21:01:00.001+00:002023-11-23T21:01:07.488+00:00A essência do uso é o abuso, A essência do uso é o abuso,O atributo é insignificante, realÉ a ideia e o curso dos meusSonhos, não a utilidade nem “o ser”,Sabendo que tenho um fim,Não preciso dum profundoPropósito, sou céptico, no fundoUm descrente d’tudo, ondeTod’agente outra m’aconteceCom espontaneidade, se digoQue fui então eu sou semDúvida quem o outro já foi,Sou naturalmente Íntimo ePróximo d’quem me confesso,Um namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-6908498508722547092023-11-23T20:52:00.001+00:002023-11-23T20:52:06.908+00:00Vamos falar de mapasLer-te, é como ter ao meu lado,Um sonho de que vou sarando,E a paz do mais profundo campo,E naquilo que sonhe, sonhasseSeguindo o meu instinto, mas nãoVamos falar outra vez de mapas,Antes que me faça caminho,Desses que levam a todaE a qualquer outra ignorada parte,Que não seja o desatino ao vivoQue me falta nos calos dos dedos,Nos cabelos grisalhos do peito,No centeio abrindo um trilho,No milho namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-52449694927991752992023-11-23T20:48:00.005+00:002023-11-23T20:49:29.114+00:00(Creio apenas no que sinto)Apenas me sintoLivre enquanto críticoDe mim próprio,Como se fosse o destinoOutro, eu mesmoJuiz sui generis e réuDo foro privado,Em guerra estranhaCom os sentidos d’outrem,Socorro-me do falsoOuro e do parecerMármore, ou paládioTodo o meu esforçoDe crustáceo bivalveVivo, bora cerceadoP’la casca à mostra,Enterrado até ao centroDo umbigo em estranhaLama mole, frouxaPátria que me forçaA ser “tal e talnamastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-78985155855292037642023-11-23T20:41:00.003+00:002023-11-23T20:44:59.154+00:00Notas de um velho nojento O Trashumante (na primeira pessoa)Notas de um velho nojento(parte um)Houve ao longo da minha porca existência alguns curtos e pouco prósperos momentos de prazer realmente genuíno e em que pude considerar-me lúcido o suficiente para poder auto ajuizar-me ou gabar-me dos meus actos. Recordado e ao vivo, para alguns será condenatório, como estas lembranças de agora mesmo e embora correndo namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-72662773103387995732023-06-02T10:28:00.000+01:002023-06-02T10:28:19.007+01:00A alegria que eu tinhaA alegria que eu tinha,Era a de descreverA geometria do que sentiaNos ombros, dos cantos da boca,À linha direita, torcidaDos cabelos, do queixo,Nos nós dos dedos, da tristeza fixaE pobre, com o que ficoMe convenço,È uma maldição rasa,Que espero em vão desapareça,A visão estrangeiraCom que me meçoNa ressaca dos outros,Sendo eu ela própria,Pródiga não sei no que sejaE só. A alegria que eu namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-42261988817579173902023-06-02T10:18:00.002+01:002023-06-02T10:18:22.641+01:00Quem sou … Hoje é o dia certoHoje é o dia certo e exato,Para vir dizer-te que valeSempre a pena ser quem sou,Nem que seja só por isso,Por ser hoje, véspera deFeriado, domingo lento,Murmurando pra que nãoSeja aliterado em falsoPrá semana que vem, ouNo próximo dia santo recémCriado, não sei ao certoQuando nem de quemMe acerca mais de pertoQue a sombra no desertoOu o silêncio hibrido que pairaÁ porta, namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-78173249820675102162023-06-02T10:14:00.002+01:002023-06-02T10:14:29.348+01:00A dança continua A dança continua,A poesia não morre,“Nem que a matem”,Contudo pode ser f’ridaDe morte durante o sono,Com uma bala de prata,Ou uma vulgar estacaNo lugar do coração,Tal como faca de abate,Sem gume, mal afiada.Desfigurada no rosto,Sob a máscara da morte,Não deixará de sair delaMeu paliativo, minha culpaDe ferimentos, gravesGolpes e da vulgar cura“Do costume”, não punitivaMas bonita na forma namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-62894642845545244802023-06-02T10:06:00.003+01:002023-06-02T10:06:42.676+01:00Neruda Passáro Neruda PassároNeruda PássaroQue Neruda VivessePra me vir sarar,Como ele mesmo disse:-“Com uma só pena”,Sei que nunca tive exilioTão real quantoO dele, poema tão vivoDe vida em verde,Tão madressilva,De vermelho loiro,Semelhante a fogoMaduro, azul pálio,Se Neruda visseEsta carta escrita,Não saberia que fui eu,Nem faria diferença,Abro os braçosE sonho, sonhandoAmigos e sonhadasCoisas que nuncanamastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-88845369569851038162023-06-02T09:54:00.000+01:002023-06-02T09:54:16.396+01:00As palavras apaixonam-me As palavras apaixonam-meO que não me mata, ironicamente destrói-me,Escrevo claro iluminado pelo eco de mim próprio, não tão prodigamente nos outros, como pode escrever qualquer maior ou menor escritor; lembrei-me de facto de escrever este texto pequeno e breve, pois todas os escritos são breves, são dignos e embora alguns não o sejam tanto, serão sempre dignas e breves todas as palavras, namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-80342471429793332252023-06-02T09:39:00.000+01:002023-06-02T09:39:07.345+01:00 Doa a quem doa, o doerDoa a quem doa, o doerDiz-se que quem não se sente em vida - “não é boa gente depois de morto”, gente não sou nem morto, nem de bons maus costumes nem excessivamente afeiçoado a ditados populares, ditaduras impopulares, sentimentos ousados, rosados ou pintados, mas sei que convivo com uma pitoresca “popularesca” francamente insensível, má soldadesca de rede social em part-time, de chiqueiro ... namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-16667813708887936842022-11-20T18:47:00.004+00:002022-11-20T18:48:21.509+00:00(Não hei, porque não tento) (Não hei, porque não tento)Coragem,Não te-hei, porque não te tento,E eu tenho do que não há, tendoNão me-hei, porque não entendoA mim mesmo, embora eu tenteTer tanto mais do que não tenho,De entendimento, ou de humanoO receio pelo que nem tento criarNovo, invulgar, arrojado-corajoso,Não me-hei porque não me tentoOu não tenho voracidade, talentoHabilidade, equilíbrio de acrobataCircense, “namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-84041545878956497452022-11-20T18:43:00.001+00:002022-11-20T18:43:58.594+00:00Incêndio é uma palavra galga Incêndio é uma palavra gastaMas que permanece, pelo queDevemos limitar as horas da cóleraAo fora delas, como coisas gravesQue se rejeitam, a respeitoDe labaredas, estas não meDizem nada, crepitam apenas,Os outros sentidos, tão carnaisQuanto basta no que me toca,Incêndio uma palavra banal, falsaQuando morta de grandezaE de facto palha, faísca acesaIncenso, papel jornal centelha,Nada me dizemnamastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-23439143933433489902022-11-20T18:38:00.007+00:002022-11-20T18:44:25.376+00:00“Mea Culpa” É possível ler na paisagem urbanaAquilo que é difícil, impossível verNo meu rosto, o esgar sem esforçoQue nem todos entendem, provo aLoucura a trepar por igrejas frias, nuasPra ver o tísico universo, pacienteResponder a um cego mudo brando,Eu sou o resultado de algo que nego,Consequente à minha própriaInconsequência mecânica,Por conseguinte exponho na peleE exponencio na consciência namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-15944696946375397152022-11-20T18:37:00.002+00:002022-11-20T18:44:43.879+00:00Meu mar eu sou Teu mar eu sou, igual a tiJogo em bruto parábolas dentro, no fundoDou ao mar a dor a meias, sou/nasciDa solidão q’vem em rocha e cisãoDentro dele, no cais dasRedes de há-de-mar-sem-rumoDe-haver mar, vou ou fujo sérioSe mar cão houver, não vou.Sou quem de mar sujoSe veste, cego eu jogo e afundoPalavras nele, o vooMe devolve ao mar, fugaOu paixão ou só mar, em voltaMar sou, blindado peixe namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-82284749007874031142022-03-19T19:55:00.002+00:002022-11-20T18:45:30.996+00:00Nada, fora o novo ...Nada, fora o novo,Sempre o mesmo,Digo de mim praMim, sem sentido.Não é tragédia,É a vida em queSentado vivo, quotidiana,À nona dimensãoDum outro, tendoA consciência comoEscarro curvo, apenas crosta doQue se sente, do que se crêQue se vê, se conhece, se viuComo crivo obstruídoDe um lado apenas,Presente amargo,Simbolismo decadente,Continuar o que nãoTem efeito nem sentido,Pelo menos pra multidãoDe namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-29489228220788355902022-02-25T17:09:00.002+00:002022-11-20T18:45:05.712+00:00E eu deixei meus olhosE eu deixei meus olhosSobre a mesa, que sãoDoze, a contar do centroOs meus dedos que dizem,Quem sou não, pausoA minh’alma na peleE admito ter deixadoDe morar em mimE morro no que deixeiPor entre os dedosOu seja um amor inteiroPor habitar, suponhoNo centro que a mesaTem, um céu doce…Doze olhos meusQue deixei no campo,No entanto a contarMe perco e na peleDos seios teus sereiBoca, Onde deixeiMeus namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-26382094404750084862022-02-25T17:05:00.003+00:002022-11-20T18:46:03.831+00:00Tudo em mim, Tudo em mim, é lento e tardioPor isso é bom que façamosO que há a fazer,E Já …Alio ao gentil e brando,Meio metro de força bruta,Louca, que duvido tenha dentro,(Por Ieramá)De verdade nem um metroSinto, aí entro eu, no meio tempo,Em hora de mola e ponta,Muito mais em frente,Junto os cotovelos em forma de aríete,Brado e avanço de rojoPara o oponente com parte touro,Quanto serpente,Mais namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-57344658612803143922022-01-04T10:53:00.003+00:002022-01-04T10:53:36.028+00:00Sou tudo quanto dou e devo … Sou tudo quanto dou e devoSei d’tudo quanto dou e devo,Sou o que entrego tudo dum todo,Ainda que não seja a verdade,Essa é entre mim e esse outro,Que bora seja ele, nem tud’oQue digo é propriamente seuOu sequer meu, esse outro que souSendo gora ele, a esse devo a ediçãoDe mim mesmo, disparatadaAbsurda que duvido alguémPossa descrever d’outraForma sentindo igual modo,Alternando o contrário namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-16856529162185480092022-01-04T10:37:00.002+00:002022-01-04T10:37:32.749+00:00Não me substituam a realidadeNão me substituam na realidadeA ideia de verdade por base nula,Jamais abdicarei de ser eu próprio,Nunca me vergarei ao opróbrio, ao jugo,Nem ao blindado de guerra, ao genocida.Todas as minhas causas são justas e vivas,Consciência não é uma circunferência,Mais profunda é minha casta, meu méritoE não a desonra, sigo linhas puras,Não substituam realidade por outra,Por outra coisa obscura preta, namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-52309750511440988652021-12-11T19:51:00.012+00:002021-12-11T20:25:22.292+00:00Cada um de todos nós é todo'mundo, .Cada um de todos nós é todo'mundo,Arcaicos costumes me preenchem, cultosD'outros nomes, em todos nós ocultamos Ex-Votos quotidianos de quem agora me não sei ser,Nem todos ou cada um e um só outro,Cada no mundo sou só eu, inédito yGrego, incubado Inacabado de alma,Falso devoto de mim próprio, permanente--Mente descalço, infecundo, feito mudo face aoQue me falta, não me termino, me completoNos namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-75246196082109267122021-06-21T21:15:00.001+01:002021-06-21T21:15:25.901+01:00Sou minha própria imagem,Sou minha própria imagem,Continuo sendo um outro …Sou a própria passagem do metro,O mestre do desapreço, a estação finalÉ o que escrevo, de mim pra mim,De modo a parecer louco, sendo-oNão me limito, nivelo-me pelos outros,Mesmo os mais baixos, matreiros, ocosManhosos e velhacos são os mais sãos,Eu sou a minha própria passagem, o localDo metro, o desmérito, a paragem do desprazer,O despudor com namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4802231058741068950.post-14686070661039142792021-03-31T12:32:00.003+01:002021-11-23T16:19:29.022+00:00Sem nada … The void in painting artSem nada …O amor não tem campainhaQuando passa, é um comboioSem maquinista nem freio,Despedaça-nos, destroça-nos,Ferra-nos a meio sem avisar,É fatal o golpe e profundo,Mais terrível que da morteA dor, não é religião nemCrença, contraditório à sorteAmar é o ter, como companhiaDa orelha esquerda a caraDo meio, metade olhando-seMetade se consente, a minha faceGirando namastibethttp://www.blogger.com/profile/05906633837278989281noreply@blogger.com0