Apostolo D'apostrofo








Apostrofo D’apócrifa

D’apostrofos prenhos e margens, 
S’crevo um livro à  beira d’águas,
Que m’alagam os olhos d’miragens,
Inquinadas de tant’usadas.

Nos braços,balouçam –me,nem
Tanto  d’mágoas,mas d’pântanos,
E  Desdenhos ,em Matusalém,
Nos madragões,plantados nus.

E,que m’embalem Álamos,
Comigo preso a su’silhargas,
Se não s’crevo,mil sarcasmos,
Em pleonasmus,d’ylhas gregas.

D’resenhas multifacetadas
Enervo rad’jás , até um d’jó,
Lido nas costas d’ipócrifas,
Tatuados no que só  finjo.

Jorge santos

Xtrangeiro Amor





Amor Xtrangeiro.


Será vivo o sol
Que vive prescrito
Dentro do peito
Será a dor;amor?
Que sitio certo!
Em jeito d’Açor,
Boa encoberta,
Fugida do credor
Dentro do peito.
Será a dor;amor?
A dor que pressinto,
Ou será só ardor,
No voar secreto,
Em penas de condor
Caídas do d’serto
Apenas louro?
Simples pena d’amor?
Será meu? Grito,
Ó’ grifo cantor,
O poema d’amor,
Que levas no bico,
Serei um proscrito,
Ou credor,deste
Amor,de sol perto,
Amor sem jeito.
Deste mal de amor,
Amor xtrangeiro


Jorge Santos

Xtrangeiro Amor





Amor Xtrangeiro.


Será vivo o sol
Que vive prescrito
Dentro do peito
Será a dor;amor?
Que sitio certo!
Em jeito d’Açor,
Boa encoberta,
Fugida do credor
Dentro do peito.
Será a dor;amor?
A dor que pressinto,
Ou será só ardor,
No voar secreto,
Em penas de condor
Caídas do d’serto
Apenas louro?
Simples pena d’amor?
Será meu? Grito,
Ó’ grifo cantor,
O poema d’amor,
Que levas no bico,
Serei um proscrito,
Ou credor,deste
Amor,de sol perto,
Amor sem jeito.
Deste mal de amor,
Amor xtrangeiro


Jorge Santos

Amor S'Tanqueiro.

Amor Xtrangeiro.


Será vivo ? o sol
Que vive prescrito
Dentro do peito?
Será a dor;amor?
en'que sitio d'certo?
Em jeito d’Açor,
Boa encoberta,
Fugida do credor,
Dentro do peito?
Será a dor;amor?
A dor que pressinto,
Ou será só ardor,
No voar secreto,
Em penas de condor
Caídas do d’serto
Apenas d'louro?
Simples penas d’amor?
Será meu? Grito,
Ó’ grifo cantor,
O poema d’amor,
Que levas no bico,
(será meu)
Serei um proscrito,
Ou credor,deste
Amor,de sol perto?
Amor sem jeito.
Deste mal de amor,
Amor xtrangeiro


Jorge Santos

Às vezes



Às Vezes Tenho dias Felizes


Às vezes, tenho dias felizes,  
Em ideias , nas palavras também,              
Que naturalmente me perseguem,
Vidas de diferentes raízes,


Alinham-se-me todas na mente,
Sem uma só razão aparente
E grudam-se ao céu-da-boca,
Como a pastilha elástica,


Algumas são inconsistentes
E nem por isso surdos as ouvem
S’até entre linhas se dissolvem
E n’outros dias gregos, nem me tentes.


Às vezes tenho dias cinzentos,
Saídos dos contos, em remendos
D’ era uma vez e, ás duas por três,
Dou de caras com as mesmices

Alimentadas de bazófias,
Banhando-se nas pantanas brumas
Dos dias pretos do tanto me faz
Ser refrão d’alcatrão ou alcatraz

Às vezes tenho ditos fetiches
E dias rascas de sangue frio,
Outros nem em mim acredites,
Tenho dias que nem em mim confio

Tive outrora dias fieis,
Que regressam felizes nos sonhos
Em dias festivos delicados,
Mas dias feios foram mais.

Às vezes tenho seis dias f’ lizes
Com os céus sem pontas de ventos,
Outros uivos, matilhas de lobos
Ós’montes,irados ,sem estrofes.


Jorge Santos

Às vezes




Às Vezes Tenho dias Felizes




Às vezes, tenho dias felizes,  
Em ideias , nas palavras também,              
Que naturalmente me perseguem,
Vidas de diferentes raízes,




Alinham-se-me todas na mente,
Sem uma só razão aparente
E grudam-se ao céu-da-boca,
Como a pastilha elástica,




Algumas são inconsistentes
E nem por isso surdos as ouvem
S’até entre linhas se dissolvem
E n’outros dias gregos, nem me tentes.




Às vezes tenho dias cinzentos,
Saídos dos contos, em remendos
D’ era uma vez e, ás duas por três,
Dou de caras com as mesmices


Alimentadas de bazófias,
Banhando-se nas pantanas brumas
Dos dias pretos do tanto me faz
Ser refrão d’alcatrão ou alcatraz


Às vezes tenho ditos fetiches
E dias rascas de sangue frio,
Outros nem em mim acredites,
Tenho dias que nem em mim confio


Tive outrora dias fieis,
Que regressam felizes nos sonhos
Em dias festivos delicados,
Mas dias feios foram mais.


Às vezes tenho seis dias f’ lizes
Com os céus sem pontas de ventos,
Outros uivos, matilhas de lobos
Ós’montes,irados ,sem estrofes.


Jorge Santos

Tenho dias





Às Vezes Tenho dias Felizes



Às vezes, tenho dias felizes,  
Em ideias , nas palavras também,              
Que naturalmente me perseguem,
Vidas de diferentes raízes,



Alinham-se-me todas na mente,
Sem uma só razão aparente
E grudam-se ao céu-da-boca,
Como a pastilha elástica,



Algumas são inconsistentes
E nem por isso surdos as ouvem
S’até entre linhas se dissolvem
E n’outros dias gregos, nem me tentes.



Às vezes tenho dias cinzentos,
Saídos dos contos, em remendos
D’ era uma vez e, ás duas por três,
Dou de caras com as mesmices,




Alimentadas de bazófias,
Banhando-se nas pantanas brumas
Dos dias pretos do tanto me faz
Ser refrão d’alcatrão ou alcatraz.




Às vezes tenho ditos fetiches
E dias rascas de sangue frio,
Outros nem em mim acredites,
Tenho dias que nem em mim confio




Tive outrora dias fieis,
Que regressam felizes nos sonhos
Em dias festivos delicados,
Mas dias feios foram mais.




Às vezes tenho seis dias f’ lizes
Com os céus sem pontas de ventos,
Outros uivos, matilhas de lobos
Ós’montes,irados ,sem estrofes.





Jorge Santos

Amantes






Dois amantes felizes, não têm fim, nem morte,
Nascem e morrem tanta vez, enquanto vivem,
Eternos, como a natureza, o seu dote
É o trapézio e o circo; malabaristas sem


Feira, com esteiros de brilhos, nos olhares,
Em restos de cometas e, sem eira nem beira,
Escondem os cios, nos baldios e arredores,  
Bêbados, cultivam contínua bebedeira.


Nas multidões, choram e riem a duas vozes,
Com tições e suor se perfumam, os amantes.
Orgasmos sem fim esganam de tal maneira
Que a morte, não tem ali nem artes, ou partes,


Nem deixas. Quando chega, o fim da idade,
É pelos dois, que os sinos, tocam e rebatem,
Diz-se, na cidade, que os seus olhos brilhavam,
Cheios, da louca felicidade, que viveram,




Aqui, em toda a parte; e nasceram, outra vez.


Jorge Santos

Avesso D'alma








No Vendaval do fim do mundo, fim de tudo,
Onde meu pensamento vai morar,
No bico afiado do ouriço-do-mar,
Em torvelinho, no areal furibundo,










Meu coração insiste, não pára,
Pregado no corpo, apesar de negado,
Por não o achar mais no prado fundo,
Nas ravinas do abismo, minha beira,










De vácuo profundo e tristeza , pousa,
Breve , em imponderável resma de papel,
Almaço , rasurado à pressa , na mesa,      
Voa , da janela , no espaço , sob a pele.










Turvo , vento torpe, galopas meu salmo,
Sem rei nem roque; Leva-me para longe,
Onde o areal , ondeante e o mar , seja calmo,
Aqui, no canto estou e tudo me foge.










Dispersa, Ó vento , este corpo , em cinza,
Imolado de cal e ira , em Saturno,
Venta , num peito , sem veto e sem premissa,
Como tu, vendo o nada e estou nu.










No vendaval do fim do mundo, fim de tudo,
Ond’eu fui d’avesso morar, meu lar,
No côncavo mar, me deixa , pois , lembrar,
Se , aqui é o meu lugar, longe e mudo.






Jorge Santos


Verde






Estátuas e guaritas,estradas infinitas,dizei-me,
Dizei-me se na minha vida tudo é verde,
Se é verde a vida ,se é verde a s'trada que garimpo,
Se é verde o vinho , que sobeja na taça e a taça que verto , também é verde.


Se ver-te verde , azul ou vermelho é miopia,
Dizei-me estátuas garridas , lages e avenidas,torres,
Se vejo verdes , guaritas e torrões castanhos,torreões , castelos,
Quando verdes seriam teus olhos claros,e cabelos.
Verdes são meus sonhos guardados,verdes são minhas mãos,
Verdes os meus sonhos,verde , minha pele escamosa.


Verdes as minhas princesas à espreita,
Não têm olhos verdes nem castanhos ,são olhos
De todos os tamanhos ,seguem-me nos sub terminais,
No metro suburbano, nos subterrâneos ,nas masmorras,
Dizei-me princesas se verdes são meus olhos,
Escamosa minha pele e ventosas

 Jorge Santos

Meantime




MEANTIME

Far away, far away,
Far away from here...
There is no worry after joy
Or away from fear
Far away from here.

Her lips were not very red,
Not her hair quite gold.
Her hands played with rings.
She did not let me hold
Her hands playing with gold.

She is something past,
Far away from pain.
Joy can touch her not, nor hope
Enter her domain,
Neither love in vain.

Perhaps at some day beyond
Shadows and light
She will think of me and make
All me a delight
All away from sight.

(19??)Pessoa


Intervalo

Fiel no Dizer




Dizem que finjo ou minto, 
Tudo que escrevo, 
Não, Eu simplesmente sinto,
Com a imaginação, Não uso o coração 
nem lamento o que escrevo,(ou não)
Nem sinto,mais flores sair,
ilesas, desta mão por isso, 
Desta raiva , do não sentir mais.


Sou mais fiel no dizer que a mim,
Dizem que finjo ou minto , 
no que risco ou imito, 
Mas sinto um véu de purpura seda,
Que me cobre  a razão, 
E pelo sim pelo não 
Escrevo no correr da mão,fiel ao prazer.


Jorge Santos

Desleal D 'alma






A minha tristeza,
É chama tal,
Que depois d'acesa queima ,
Até m'acabar (é uma fortaleza impossível)
Minh'alm'ardente crepita,
Até no acreditar,
E é um vento solto,
Perdido no ar,
E a mim completamente desleal.



Jorge Santos

Fé Silvestre




A flor Silvestre
Para dormir desperta em Mãe-Terra
 Na orla da floresta frágil d’azinheiras
Havia que permanecer de raízes por terras, nuas,
Admirar Vega em noites sofismadas
Na sombra vaga ,nas margens d’azinhagas,
Da grande serra do Risco.


E os fogos-de-santelmo vieram
Na noite terna (sem nuvens) despertar
O Homem da flor silvestre
Cansado de repetir-se.
A flor Silvestre d’aragem sem pressas
Sopra em trigos e searas perenes,
Selvas ainda densas
Sussurrará sempre uma mensagem
De fé da Terra-Mãe.


           Jorge Santos


tradutor

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