pregos e blocos




O meu prego


É moscovita,


Num dia torce


Para a direita,


No outro não entorta


Nem a crista.


É bolchevique


E fundamentalista,


Rasputine  e encapuzado,


Por vezes ,o prego,


Sente-se ilhota e desencantado,


Outras, um Lorca fuzilado,


O meu prego,


É artista , da cidade


Dos comediantes


E dos segredos,


Nem ele sabe ,


O que sussurram,


Nus ,em negros becos,


Escondidos,


Com medo


Dos sem dedos,


Os Espíritas.


O meu prego mendiga,


Mechas de cabelo,


Com o filho cego.


O meu prego,


Esconde-se na sebe


E nos rochedos,


Tem ego de elefante


E ADN de mostrengo,


È Moscovita.


Jorge Santos

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