"meias Palavras"
Vivo uma vida de certo bruxo insecto, presente no ceu da minha quase boca, Quase seca,infértil,inacabada,sem sabor, Que,com a ponta destas asas ,quase toco, Na minha voz quase vidro,tampouco rouca E de meu corpo ,quase sem roupa. Em andrajos m'arrasto e praguejo do tosquiado obelisco torto pelo vento com as estrelas apagadas e o sino do tempo, No invicto céu,aquele que duvido seja meu Porque em tudo de meu eu entrar evito (Mas todavia entro por debaixo da maldita porta) Ou divido entre a alma e a esta roupa suja E essa eu não mudo aqui sem que fuja Do que digo (talvez sem tino) E isso se cola ao ouvido esquerdo E a um véu de linho quase cru Em forma de asa de grifo , "gralha" ou insecto crisal que o valha. Sou adivinho de meias palavras, E de um belo discurso,que duvido seja meu, Quero entrar pela baixa porta e sem roupa, Porque vestido de veludo não m'a'visto, Nas velhas frases ditas em "lua meia" de verdade. Mas vivo deste lado... (d'uma vida destemida de insecto caseiro)... Jorge Santos (2010/09) http://namastibetphoto.blogspot.com |
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