E escreve-lo apenas p’lo prazer de escrever,
Pra ser honesto
Não teria rima, pontos finais,
Nem vírgulas, nem hífen ou sujeito
E no fim provável diria: -- “já volto”.
No meu último poema,
Seria ingénuo, como na infância e sem peso
(tal qual era no primeiro), dispensaria predicado.
Um ramo crescido, seria meu improvisado poiso,
Observando-me d’afastado,
E pra que não soasse, a denúncia de suicídio,
Escreveria no final feliz: --p.s“volto já”
O meu último poema
Teria rolha de cortiça pra que não se afogasse
E frasco de fosco vidro anil e verde
Pra se fundir no limo sargaço
Ficaria a vê-lo de um rochedo
Perder-se mar com a minha paixão dentro
E finalizando a ultima estrofe: “já não volto”
Jorge santos (10/11/2010)
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