Não tenho da banal pressa nem sequer o vagar
Nem quem se ofereça pra falar por falar
Não sou de conversa “fiada”ou ocasional
E nem por nada me considero pessoa “normal”
(Quero lá eu saber o que isso é!)
Diziam-me que, “seria o que eu quisesse!”
Nem me lembro de ter esperança, nem quando era criança
E diziam no jogo do berlinde “marralhas pr’ás meças...”
Se nem pr’ás “moças”era “o primeiro que se namora”,
Invisível até para a professora,
Enchia a sala de aula de fedor ao vulgar, ao pobre...
E de gargalhada geral, daquela que açoita e fere.
Era anti-social e desconfiado, um fósforo apagado
Num espaço exíguo dobrado sobre si mesmo, ouvindo
O terrível silêncio no latejar das minhas veias.
E o que faço eu desta profissão de ideias?
-Evoco o que esqueci, como um vómito seco,
Ou talvez a conversa calada em que me fico,
Não tenha pressa de mais nada,
Talvez nem conheça a sensação de ter vida,
Tal como a conheço agora…
Jorge Santos (05/2011)
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