A tarde calma, a eterna calma de que se adormece
Na suposta impressão de quem nada sente,
O grão de pó que pousa na estrada de terra,
inerte,
A miragem do que de real existe, indefinida como
sempre,
A lua cheia que aparece e depois desaparece
indiferente;
-Não viesse o amanhã, eu seria imponderável no que
sinto,
Como se uma descoberta nova, fosse o pensamento
E, se sei que existe uma razão para tudo o que
acontece,
Até mesmo na inacção ou na vontade presa ao
destino
Ainda viajaria de vida em vida, fiel a uma incompleta
prece.
“E tudo volta ao que era…” tudo se repete no
sonho…
(Na tarde calma, na eterna calma de que se
adormece.)
Jorge Santos (09/2011)
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