Nesse impossível jardim,
Sujeito á plácida meditação
E ao querubim do suicídio,
A vista, sem demorar nos frutos,
Perde-se da noção de pressa,
E a sensação de me perder de mim próprio…
Cabra-cega da tristeza,
Vibração do meu peito herbário…
Que se passa em mim,
Que continuo ansioso por atenção,
Nesse impossível jardim,
De Platão nesse mesmo chão, de Adão…
Que se passa em mim,
Arredo entre o medo e o termo
Guardado do princípio ao fim,
Pl’o destino, que me concebeu tão ermo,
Tão delido na rua, sinónimo
Do medo que me adula,
Caminho no parque até ao cimo,
Depois atiro-me a voar qual rola,
Rente…rente ao chão.
Feliz jardim em clausura
Era, gasto verão,
Ou invernia em haste pura.
Nesse impossível jardim de inverno,
Perdi mais de uma vez a razão…
Jorge Santos (01/2013)
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