Estou triste, como austero o dia e eu
Condenado a um sentimento sem nome,
Semelhante ao gelo na voz que um dia m’emudeceu,
Cativo d’uma angústia atroz que consome
Até o mais empedernido dos mortais.
Vou fingir que durmo, enquanto a tortura
Dura e morder nos lábios os meus ais.
Vou apertar o coração até que seque e morra,
Soubesse este não acordar de novo e vivo
Vandalizaria o jazigo ao demónio, já hoje
E queimava os versos do arquivo e calava a boca ao povo
E apagava da lápide a raça, do dito cujo,
Não fosse o uivo ser lembrado ou eu lembrar-me
E me tome por obra sua, prestamista
Duma alma que por acaso já tivesse o seu nome,
Não sendo eu, que o diabo me possua na pérfida lista.
Estou triste, tão triste que o frio me guia
Os dedos na direcção da neve nua e fria
Mas ver nuvens -travesseiro suave- d’algodão
Doce é algo que me sabe a seda,a Gosto e a verão…
Jorge Santos (02/2013)
*Hoje teu verso desnudo vestiu-me a alma. Um beijo de admiração.Karinna*
ResponderEliminarEmoções densas, poema forte.
ResponderEliminarTem dias assim...
ResponderEliminarJorge vc é um mito!!!
ResponderEliminarAbraços