Certas canções que faço,
Vêm pôr fora algo de dentro
com uma ferida que se não vê no entanto
existe e doi como por fora que se farta
ou então eu finjo isso no momento.
certas canções que faço,
são tão de dentro que arrepia
e pergunto a mim próprio,
se ficarei vazio algum dia,
mas sigo e faço.
certas canções que faço,
(como um outro diria ou disse)
nem parecem vir de mim,
nem sei se fui eu que fiz mesmo isso,
mas finjo e vicio,
regurgito-as para que apareçam
meus olhos a boiarem no visco do baço,
e os dedos ligados ao intestin,o
e ao menisco e finjo e finjo
e finjo...e faço.
certas canções que faço,
ouço-as na nuca, como um poço sem fundo,
nem bocal e finjo saírem de minhas vísceras,
porque estas falas soam a oco e a falso,
finjo não saírem desta boca e continuo fazendo.
e faço....
Jorge Santos (09/2014)
1 comentário:
Certas canções que fazes, fazem lume no degrau das palavras e ardem de sílaba em sílaba...
Beijo.
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