Teorema de Thales
Em mim estão presos os chãos que piso,
Os momentos em que o universo me pariu
E o que penso, -porém me detêm preso, rezo
É: -À névoa densa, perfumada a incenso
-À harmonia metálica, pesada dos sinos
-À força das invocações, ao Lá...
-À raiva de todos os guerreiros, profecias
De possessos, -não os calmos ribeiros
Que alagam sonhos meus,
De que abdico e me dói,
Há em mim presa, a fúria
De dois, três e mais desses Deuses,
A dura e ruidosa raiva
De todos os rios jorrando,
Não os dois mil e um agueiros
Que embalam sonhos meus e terceiros
Há em mim, preso, Jonas e quem ele enfrenta,
O peso das alquimias dum Tal
Mileto Arquitecto, duvidosos ele e eu,
Bom é o meu chão e o além tal fosse…
Jorge Santos (10/2014)
ResponderEliminarTenho a alma insatisfeita tanto
Como a noite alonga o que não sei,
Ata-me ao defeito que sou todo
Eu, à nódoa, ao incompleto, à coisa,
Ao morcego. em gente.
Por isso e como a noite é longa, sei
O quanto eu espero desperto,
Por tudo o quanto não sou, lamento
Noite adentro e confesso-me morcego
Não gente. Confesso que,
Ao certo nem sei se durma de vez,
Ou se estarei acordado infinitamente,
E atento, ao que não sei, nem a noite diz:
-Morcego ou gente
Não digo mais nada até ver o que acontece
Ao que digo sem falar comigo de frente.
(Eu morcego de gente)
Hoje, nem por nada quero agradar,
Nem pela vontade, nem pela verdade,
Nem nada de novo tenho pra dizer
Na verdade que nem vontade tenho,
Nem de morcego nem de gente,
Por isso não digo nada até ter-me,
Frente a frente na noite (de novo)
Morcego ou gente…mostrengo de gente…
Jorge Santos (10 /2014)