Valham-me as palavras boas,
E tudo que haja a devolver
Seja composto do falar,
Natural tanto como o dia
Ao nascer e a hora que foi,
Valham-me as palavras,
As maduras e as outras
Azuis da cor dos beiços
Que trago neste lugar,
Que pra mim é a alma
E a devolvo porque real
Existe e o falar é vão e
Compósito demais, valham-
-me as palavras e o dever
De pôr o coração à frente
Das costas quando digo:
-Valham-me as palavras
Em tudo que haja a devolver
Por mais pesado ou leves
Tanto quanto folhas mortas,
Cabelos de prata, horas que fui
Real, postiça a ilusão, inútil sou
Eu só, valham-me palavras,
As más...as doces e as boas.
Jorge Santos (04/2017)
http://namastibetpoems.blogspot.com
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