Conduz-me a razão
E a razão me desvia
por múltiplos motivos,
E a razão me desvia
por múltiplos motivos,
Por fora eu sou todo eu,
Por dentro, debato-me
Entre a variante forma
Por dentro, debato-me
Entre a variante forma
De mim mesmo, funda
E abismo, tão falsa
É a vulgar crença
E abismo, tão falsa
É a vulgar crença
Que o universo gira
Num disco plano
E com que objectivo,
Num disco plano
E com que objectivo,
Mas dentro de mim,
Em ângulo aberto,
Eu fechado; um pobre orgulho
Em ângulo aberto,
Eu fechado; um pobre orgulho
Me conduz, cadinho
Do sentir inferior,
Mitigo inconsciente
Do sentir inferior,
Mitigo inconsciente
Um outro mundo,
Escapo aos sentidos,
Como caroço de cereja,
Escapo aos sentidos,
Como caroço de cereja,
Na glote duma velha,
Necessito acreditar,
E parte nenhuma do corpo
Necessito acreditar,
E parte nenhuma do corpo
Me provoca isso,
Crio razões tal como o Hebreu
Do crucifixo,
Crio razões tal como o Hebreu
Do crucifixo,
Estimo o que não conheço.
Pelo que tenho visto.
Conduz-me à razão,
Pelo que tenho visto.
Conduz-me à razão,
Morrem no meu peito opiniões,
Assim é o vício do sacrifício
E a comunhão com os fantasmas,
Assim é o vício do sacrifício
E a comunhão com os fantasmas,
Dos místicos.
Jorge Santos (05/2018)
http://namastibetpoems.blogspot.com
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