(Onde estou não é onde bebo, nem onde pesam meus pés)
Respiro devagar, ainda assim
O aroma fresco não vá fugir de mim,
No barulho ou no lodo da ribeira,
Que se queixa de correr pra
Longe, pra tão longe, quanto não pode
Estar de mim separado o odor que tenho
No corpo, acre e carmim...delfim,
Respiro devagar ainda assim,
Um aroma suave e doce a romã,
Que quase posso comer e tocar
Na calma calma da manhã,
Sente-se na densidade dura, o ar,
Ainda assim respiro devagar,
Não vá desaparecer, o saber
Que anteontem a noite tinha,
No aroma, a tinta fresa,
Na sala que me encerra,
-Aroma a memória e tempo
-Acre e carmim – amêndoa dura
Ou Jardim de erva aparada.
Respiro devagar o aroma,
Que me é dada ao sorver
Toda e cada manhã, sabor da alma...
Imperecível, Impartilhável, imperturbável.