Entre o comando seu e o
incumprimento meu,
Estranha alfaia, trago
eu, a modos de coração,
-Triste, pois não chove,
infeliz porque choveu.
Não sei se sou eu, que
trago a alma enganada,
Ou o erro deste coração
seja, dele se pensar meu,
Tal como o menino, que a
mãe julga móbil seu,
E depois apartado dela,
por cuja saldaria ele a vida.
Não é uma dor qualquer,
aquela que sinto no peito,
Distinta de não saber, o
que se quer, mas o porquê,
Assim como que equacionando,
se o que vê
P’lo olho esquerdo tem
parecenças no direito.
Parece que da minha alma
não vem conciliação,
Entre a primavera que vi,
e o inverno que desejo, (por tudo)
Além do que da dor
consinto e da vacuidade do vão,
Assim vai de erro em erro,
meu surdo coração… batendo,
Batendo, batendo… em celebração
do dia de fecho,
-Espécie de adufe, em
mundana procissão de fé.
Não sei se sou eu, que
vendo a posse da alma num texto,
Ou se, quando escrevo, bebo
o fel do próprio diabo até…
Jorge Santos (12/2013)