Se soubesse que morria amanhã...


Se soubesse que morria amanhã,
Punha na cara, a máscara da verdade,
Que ainda lembro a pouca que tinha
Ontem, por acaso, ao cair da tarde,

Renunciava no futuro,
A ter d’orar a alguém.  
E a solidão seria como um tesouro.
Sem m’importar do desdém,  

Por me sentar, na multidão,  
Estando em vão, no meio deles.
Encher-me-ia de amor sem conclusão
E do coração suave das aves.

Pagaria qualquer preço,
Para sentir fundo, o suspiro último,
Esse que, sem parecer, aqui vos ofereço,
Depois; calmo, abalaria esvaecido em fumo…

Jorge Santos (21/12/2012)

4 comentários:

  1. *Uma ode ao viver, seja lá em que tempo for...ou por qto. Esperei por esse final de mundo, por vezes minha alma depressiva espera um outro lugar, ou talvez uma outra dimensão...bom te ler.
    Deixo uma poeirinha de versos:

    Verso de Flores*


    quando minh'alma tocar
    o poema que não te fiz
    e toda a glória da liberdade
    do verso que ousei
    quero meus olhos postos
    na vastidão do teu horizonte
    nas papoulas semeadas nos teus campos
    naquele nosso a(mar)
    que se esbate atrás dos montes...


    quero
    teu sossego sincero
    teu afeto desenhado nas margaridas que me envias
    e todas as sílabas que beijas
    quero-as todas
    depositadas em santidade
    nos nossos lábios cerejas...


    sim, a morte pronuncia-se branca
    pois está ao lado
    como poesia nunca proferida
    mas ao alcance d'alma
    d'alma sentida.


    hoje escrevo-te da morte
    que ronda-me atenta
    familiar e suave
    pura e serena
    como um travesseiro alvo
    entre nuvens de alfazemas...


    e serei então um verso de flores
    nos areais da vida sonhada
    sem passados, nem prantos
    apenas abraços de poemas
    num céu de afetos
    e dulcíssimo acalanto.


    Karinna*

    *Um beijo de admiração e afeto.k*

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  2. JORGE PASSEAR PELO SEU BLOG!!!

    É SENTIR-ME TÃO MÍNIMA, COMPARANDO COM A GRANDEZA QUE ENCONTRO!!!

    PARABÉNS!!!

    LÍDIA

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  3. João Juliãofevereiro 18, 2013

    Gostei muito deste poema, vejo que continua inspirado pela vida e pela escrita... Que tal ''vender'' os seus poemas a fadistas, quem sabe nao os tornaria bem Celebres

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