No cabo dos mitos,
Onde as brumas moram,
As ilusões voaram em farrapos,
E as mágoas ficaram,
No cabo dos muitos,
Os negros penedos não são d’agora,
São tão antigos, tão antigos,
Como quem lá ficou e chora.
No cabo dos medos,
Onde este país se afoga,
Os magros abalam todos,
O que ficou, chora e roga
Aos medos com que o enganam.
Aos medos com que o enganam.
-Não lhes contassem das lendas
E dos mares que heróis trilharam,
Espelham nos rostos misérias inglórias,
No cabo dos magros trabalhos,
Lá,onde os déspotas governam,
Foi imposta
Chacina, aos que habitam.
No cabo das tormentas,
As ilusões fundaram,
Este Portugal de lendas…
Lamento os que o afundam,
No mar de todos os degredos,
Gloriosos os que aqui ainda vivem,
E morrem presos
P'lo cabo dos dedos e p'los cabelos...
Jorge Santos (01/2013)
(VIVA PORTUGAL)
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