O seixo é poema, sei que
o poema é isso...
Porque o poema é seixo,
Perdi por aí qualquer coisa,
Como pedra no seio da rua
Que piso e desconheço,
Se tivesse percorrido
Outra calçada,
Teria reparado não,
Que as pedras tinham nome
Gravado, Boca e ventre,
Se reconhecem,
Umas às outras,
Pelo toque da pedra,
Porque o poema é seixo,
Lida comigo, acusa e regressa
Ao chão depois duma vida
De perda, ao sabor da terra,
O tempo não muda,
As pedras no lugar da rua,
Elas sempre estão, estarão
Em nós, debaixo do nosso andar
Coxo, há que procurar
A nossa muda pedra,
Mudar de enxerga e rua,
Se isso nos obrigar,
A procura…
As pedras da rua
São quem nos leva às vezes,
Até à falsa lua,
Quando voltamos, já não somos os mesmo,
Mas sou eu senão tu, quem mais
Deseja,
Passar na ruas dos seixos,
A tal que demais se conhece,
E rejeita (parece)
Porque o poema é sexo
Jorge Santos (01/2015)
Sem comentários:
Enviar um comentário
opin.com e reclamações.net