Quando olho pra mim não me reconheço,
Nem neste angustiante peito de Filisteu
Externo, sem lugar entre dois céus tornados
Em chuva rija, tornando sempre cheia
Em rio aquilo que em mim acrescento,
Sensações que me embalam e eu deixo
Que aconteçam, sem que mova um dedo
Ou um caniço da margem do rio do “tanto-
-se-me-deu” - tampouco é o meu amor
Próprio de navio Almirante, logro, laico
Lasso, louco, que no mar assumi os
olhos
E o sorriso como defeito, quando olho pra
mim,
Assomo um existir que não aprovo, amaino
Estratagemas de um eu que não soube ser
vida
E
obra que desse vista a cegos e alma a hostes
De sentires diferentes destes outros,
ocos,
Delirantes . A luz me lembrará em branco,
Distante o mar, arrefecido o horizonte,
rarefeito
O ar, assim eu que me fabrico de agua e ágoras,
Me resigno ao olhar dos dedos de pele e
veias,
Olhar o céu não me dá emoção, nem espero
Dele a gazua que me abra como se fosse
acaso
Alguém do real mundo, que aliás desprezo,
Reprovo e abomino. Anseio pela harmonia
Que o universo dá a tudo e não pela unidade
De medida que deposito no coração caniço,
O qual olho e não conheço .
Jorge Santos (29/04/2015)
Um belo poema de introspecção e sentir...
ResponderEliminarAbraço.
obrigado
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