Torto retrato meu/seu.
Por vezes, me dá, um
Arrepio, não de frio,
Mas com o que escrevo,
Como se, minha não fosse,
A brisa soprada no ouvido
Ou a voz docil que entra
Pela porta virada ao mar,
Ou outra nas traseiras
Ao lado da serra deserta.
Quem vês?grito do virar da'squina.
Nem sei, se disperso,o que nesta
Súplica resta, se,minhas frases
Arrasam ou se, as misérias,ele
screve e devora só'minh’alma
Rota e fosca, tantas vezes repetida
Vida opus vida. Realmente não mereço,
Que mais dei?que nunca diz,
Nada e ninguém,
Que derramei ou não fiz,
Nem frases feitas me descubram,
Da volúpia, do medo e lado feito,imoral,
Nos ardendo corpos,nus deitados
No sol, nem sei,se suas ninfas sejam,
Nem sei, mesmo assim,mudo,o'screvo,
De texto,Jorge Santos
Joel Matos
Torto retrato meu/seu.
Por vezes, me dá, um
Arrepio, não de frio,
Mas com o que escrevo,
Como se, minha não fosse,
A brisa soprada no ouvido
Ou a voz docil que entra
Pela porta virada ao mar,
Ou outra nas traseiras
Ao lado da serra deserta.
Quem vês?grito do virar da'squina.
Nem sei, se disperso,o que nesta
Súplica resta, se,minhas frases
Arrasam ou se, as misérias,ele
screve e devora só'minh’alma
Rota e fosca, tantas vezes repetida
Vida opus vida. Realmente não mereço,
Que mais dei?que nunca diz,
Nada e ninguém,
Que derramei ou não fiz,
Nem frases feitas me descubram,
Da volúpia, do medo e lado feito,imoral,
Nos ardendo corpos,nus deitados
No sol, nem sei,se suas ninfas sejam,
Nem sei, mesmo assim,mudo,o'screvo,
De texto,Jorge Santos
Joel Matos
Procissão de fé.
Acalento, aromas de romãs e flores,
Crentes de processionais andores,
Prostíbulos cerram meias portas,
Na travessa dos senhores doutores,
De rendas e cabeças cobertas,
Demoiselles ejectas e escorridas,
Suas excelsas filhinhas,
Miram de soslaio, o belo e jovem pastor,
A procissão anuncia-se com o estridor,
Dos foguetes na praça da igreja,
Chiiii …Chibum …chiii…bum…bum,
Sinos repimpam, rebitem tlin/tlon…tlin/tlon
Assoma o andor á porta e todos se dobram,
Logo emerge o sacristão, jactante na multidão
Seguido do Padre, nariz grande cor de cereja,
Já com as hóstias na bandeja e as velhas no beija mão,
Segue-se a ralé, vindos de longe, a pé,
Pois os cavalos, só se permitem aos senhores,
E assim, segue a procissão de fé,
Até ao cair de noite, perdendo-se no rufar distante,
Distante, dos tambores…
Jorge santos
Frágil...Frágil.
Por vezes, dou contigo,
No umbral da porta,
Fixando as estrelas,
Ouço-te perguntar,
Se há vida aí fora,
Se abrimos aqui Pandora,
E a caixa dos medos,
(dizes, de olhos largos)
Há que a fechar agora,
Antes que seja tarde.
Ouço-te perguntar,
A razão do ódio
Que mata por matar,
Fácil, frio e doentio.
Não respondo ágil,
Apoio, na pedra do postigo,
A cabeça e Penso comigo,
Que humanidades estas,
Capazes, por pura vaidade,
Colonizar outros planetas,
E incendiar esta frágil “TERRA”.
Jorge Santos.
Eva doce.
Cheiro a Eva despida,
Vara Verde
E erva cortada,
Recente,
No jardim da frente,
Do prazer…
Cheiro a Eva Suada,
Molhada
E quente,
Rebolada , nua
Na relva ,
Pele rosada,
Ansiando
Ser tocada.
Quando, enfim
Se funde,
Névoa e madrugada,
É vê-la deitada ,
De costas, nas rochas
De qualquer costa,
Enseada.
Eva amada, sem frio,
Nas noites de lua quente,
No areal, à beira rio,
E em todo o lado,
Por toda a gente.
Sempre Eva, satisfeita….
Jorge Santos
Parido..
O lápis Partido,
Não, não se vende mais, se dá,
Mas somente a quem o agarra,
Mente, sim, para ter atenção,
Enrosca-se e transforma-se,
De víbora anã, em imensa Boa,
De acto inacabado, parte e voa,
Igual a negro Dragão alado,
Fugido ,da prisão ,de mil anos.
O Lápis partido
No pântano perdido, submerso ,
Até bem perto ,do umbigo,
Amaldiçoa, rosna e maldiz,
Tudo o resto ,que não versa,
Protesta cada raiz, trespassa-o,
Pelo nariz, a vaga mandrágora,
E um universo brilhante ,de pirilampos
Vivos ,nos cabelos feitos de limos.
O lápis partido…O lápis…parido
Jorge Santos
Chic...
Chic vai ,chic vem,
Mostra-te bem,
Sua vaidosa,
Pinta-te, com baton
Cor-de-rosa,
Usa Perfume bom.
Finge-te difícil.
O Chip-chap do vestido,
Na galeria do shoping,
Soa ao lençol de seda
Esta manhã rasgado,
Por aquele que ao teu lado
Dormia, Quem seria?
Não sabes?
Fui eu ...
(Jorge Santos)
Porta Fora...
Silêncio e escuridão ,
Porta dentro,porta fora,
Algo caminha,lento,nesta rua,
Alguém que brada e chora,
Abro a porta ,a medo,
Porque na porta ao lado,
Outro eu o ignora,
Sou eu que entro,
Porta dentro,porta fora:
-Ha alguem aí dentro,
Grito e brado:
-alguém que me ignora,
Afinal sou só eu ,
Porta dentro porta fora,
Quem brada e chora.
Sou o único que aqui ,
Nesta rua,mora.
Joel Matos
Porta Fora...
Silêncio e escuridão ,
Porta dentro,porta fora,
Algo caminha,lento,nesta rua,
Alguém que brada e chora,
Abro a porta ,a medo,
Porque na porta ao lado,
Outro eu o ignora,
Sou eu que entro,
Porta dentro,porta fora:
-Ha alguem aí dentro,
Grito e brado:
-alguém que me ignora,
Afinal sou só eu ,
Porta dentro porta fora,
Quem brada e chora.
Sou o único que aqui ,
Nesta rua,mora.
Joel Matos
Sete Mares,Sete Cais...
Sete luas navegando,
Sete mares sem rosto,
Sete estrelas traçando,
Sete destinos sem rasto.
Perdidos em lendas,
Linhas de horizontes,
Ondas e sereias
Cantantes.
Perdidos, nós,
Sem alma,
Naufragada…e voz,
Cansada,que chama:
- Navegantes,
Onde estais,
Que luares e lugares
Navegais…
-Que
Cego nevoeiro vos dissolve
-Que
Cega Cruzada vos envolve
-Que
Cego sino ouvides tocar:
-Por Sete noivas vazias,
Sete campas viúvas,
Sete colinas…
Sete vidas
Perdidas…
Sete cais.
Jorge Santos
Os Anjos
Meio altos ,meio magros
Pairam, pálidos, no ar…
Hoje soltaram-se das sombras,
Transformam-se as máscaras
Hoje tempera-se a sal
Caldeiras infames,
Calam-se as bruxas…
Entrega-lhes este bilhete,
Diz-lhes que estou aqui,
Conta-lhes que me perdi
No nada ,na sombra,
No limbo transparente,
Já não choro,
Já não grito,
Morri por dentro.
Meio altos, meio magros
Pairam ,pálidos…e eu vou…
Não sei para onde …
Jorge Santos
Pairam, pálidos, no ar…
Hoje soltaram-se das sombras,
Transformam-se as máscaras
Hoje tempera-se a sal
Caldeiras infames,
Calam-se as bruxas…
Entrega-lhes este bilhete,
Diz-lhes que estou aqui,
Conta-lhes que me perdi
No nada ,na sombra,
No limbo transparente,
Já não choro,
Já não grito,
Morri por dentro.
Meio altos, meio magros
Pairam ,pálidos…e eu vou…
Não sei para onde …
Jorge Santos
Paranoia...
Sob as pimenteiras doces
Dançam velhas, soam tambores,
Crescem raízes, longas como
Cabelos e me roçam manso,
Perfuram-me, não um ramo,
Mas dez dedos espetados,
De outros tantos, Santos mortos,
Que lançam lanças certeiras,
Fogo quente e fogueiras
Neste corpo cru de dores.
Jorge Santos
Chuvas de Verão
Na tua gaveta
Estão as coisas simples
As pétalas e os orvalhos
Na minha
Estão as coisas dela
Juntos ao meu vaguear
No teu tapete
Estão as minhas pegadas
Fugazes
Nas pegadas dela
Odores de flores
De Maios
No teu castelo de areia
Passo devagar
Para te não acordar
No meu forte
Sou o teu troll
Bem real
Na tua gaveta
Estão os aguaceiros
Na minha
As enxurradas.
Jorge santos
Mar Salgado...Lágrimas de Portugal.
Urgente é inventar, outra forma
De voz, de pensar forte, alto,
Mais que em outra revolução,
Mesmo a de pernas para o ar,
Sacudir o pó da bandeira,
E seja sem aquele futebol.
No Salgado profundo verter,
Menos lágrimas por Portugal,
É pensar urgente num novo poema.
Jorge Santos.
Passageiro do Tempo.
Fui Amanhecido de lençol madrugado,
Junto ao rosto, amanhado com suavidade,
Candeeiro de petróleo e "Petromax",
Sons feitos de luz mais ventos em salgueiro.
Não nascera ainda “Ali” o génio da lâmpada,
Na pequena casa feita de mãos e estórias,
Onde o Toiro ainda era muito Azul,
Aqui ele tirava-a sempre de uma orelha
E estendia-a à sombra da torre do castelo,
Era uma toalha de mesa, já com banquete.
Em "vespa" e "Datsun 1.200" viajei de amarelo,
Odisseias,por Alentejos de serras
Próximas e cheiros,de varios fumos.
Em frescos Chãos de terras batidas,
Casas grandes,de uma divisão e chaminé,
Fui,mais um,passageiro dos tempos.
Jorge Santos
Irra.
Irra, que é demais
Um gato no telhado
Perseguindo dois pardais,
Irra ,que não aguento,
O cão do vizinho,
Pequeno e barulhento,
Irra, que estou farto,
De eloquência gratuita,
No beiral e no prato,
E o gato fedorento,
No telhado de zinco,
Dois pardais piando,
O falar por falar,
E o fazer fita,
Da criança ao colo,
Irra, que não aguento.
Faltar pedra na calçada
E conversa desenfiada.
Jorge Santos
Firenz a zura.
Toscana Bella
Todda , Dantte
Vaidoso,Payss age pintallgado,
Nada Toscca ma bella,
Livre colina rolada,
Flor,essa aguarella,
Médicci Renasc ida,
planíccie D’Arno
Vecchio Ponte.
Jorge Santos
Ser...
Como eu gostaria de ser...poeta,
Pintar com os pincéis da indignação,
Louvar os Homens com devoção.
Como eu gostaria de ser...apaixonado,
como só os poetas o são,e
Tornar d'um sopro,a imaginação
Num vento desenfreado,...
Como eu gostaria de tocar
O vazio que em mim sinto e respiro
E transforma-lo em ouro puro
Apenas para vos dar..dar..
Jorge Santos
Miopia ...
Balthasar de Hirabia
Para ouvir o som dos desertos
Ele Deixa para trás de si
O inferno das cidades cinzas
Vê , as estrelas imensas nos
Cosmos , calmos ou violentos,
Balthasar sente,de Hirabia
Constelações de cimentos,
Sucumbirem, noite e dia,
Perante os olhares abertos,
Plenos de paz e sabedorias,
Céus, de azuis ficar cinzentos,
A cor das Humanas miopias
Mas morre velho e feliz porque
Viu estrelas com que sonhou
E partilhou naturezas despidas
Com as livres raposas famintas
Balthasar de Hirabia
ouviu o som dos desertos.
JORGE SANTOS
Esta arte...
Esta tarde, tarda,que me enfraquece,
Este Corpo cansado,que me amolece,
Esta Mancha de sal teu,que me esmorece,
Este Vento morno,que me adormece,
Esta Noite lenta,que me não amanhece,
Este Zunir zombo,que me não desaparece,
Esta Causa injusta,que me vence,
Este Amanhã malhado,que me não esquece,
Esta Mão fechada,que me não quer,
Este Vazio gelado,que me enlouquece,
Este Rosal lavado,que me não floresce,
Esta Exclamação brotada,que cresce e me enfurece,
Estes Silêncios de tudo e nada que mexem e
Estas Dunas e esses corpos em que me sinto rebolar e
Essas Malícias onde os meus olhos vão namorar,
Este Corpo cansado,que me amolece,
Esta Mancha de sal teu,que me esmorece,
Este Vento morno,que me adormece,
Esta Noite lenta,que me não amanhece,
Este Zunir zombo,que me não desaparece,
Esta Causa injusta,que me vence,
Este Amanhã malhado,que me não esquece,
Esta Mão fechada,que me não quer,
Este Vazio gelado,que me enlouquece,
Este Rosal lavado,que me não floresce,
Esta Exclamação brotada,que cresce e me enfurece,
Estes Silêncios de tudo e nada que mexem e
Estas Dunas e esses corpos em que me sinto rebolar e
Essas Malícias onde os meus olhos vão namorar,
Nesta Tarde que tarda,nesta arte....
Joel Matos
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