Sem saber escrevo,
Escrevo um poema
Por egoísmo e louvor
Do eco, exaltação do eu,
As frases saem de dois
Chinelos sem pés,
Que uso amarrotados
E impuros, assim
Me sinto cúmplice
Das pernas, que sem saber
O coração comanda
Por compaixão,
Escrevo um poema,
Cor do “memo”,
Que se apega,
Sem pregos, no desmedido
Nos olhos,
Da cifra sem explicando,
Nem rara ou mística
Cara, sabida.
Às mãos sussurro
Juras de vaidade,
Difíceis de comprar,
Não tolero críticas,
Condeno as flores,
De estarem decorando
Como a gemada, o prato
Ou a fome ,embora
Nada pense por mim próprio,
Sem que me abasteça,
Das frases arrancadas,
A rótulos de leite
E iogurte, sem glúten
Sem sabor ...
Jorge Santos (23/03/2015)
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