Jorge Santos

Parece que da minha alma não vem conciliação, Entre o comando seu e o incumprimento meu, Estranha alfaia, trago eu, a modos de co...

Embriagara     Embriaguem-se, de orgulho puro, da quilha à proa, de estandartes retalhados Embriaguem-se de verbos duros , como se f...

             Com a noite, tudo fica calmo, (e frio) Foge a consciência, do sítio Definido, p’lo dia pleno. Soubesse eu, tranca...

Hoje mudei Do mercado pra baixa, Mudei a subtileza Dos gerúndios E me surpreendi. Mudei nas frases Que estafei de graça ...

Pudesse eu, daqui en'diante, Fitar-me, frente a frente  E reconhecer quem sou. Semelhante a quem ? Ao Demo ou a um  santo crent...

Não me peçam os mesmos discursos maduros Se tudo o que mais quero são silêncios Translúcidos e puros, todavia mais duros Que insul...

É um risco, por onde vou, decerto Não preciso ir, mas alma bravia e cigana Não tem estadia certa, quer chão Duro como almofada e ...

Quando me deito, é uma traição Que faz a mim mesmo, o corpo, Escrevo poesia pra não esquecer de pensar, Como se fosse este, dum o...

Poema da linha do Horizonte. Entre o aonde e o perto, decerto Escolho o longe e o beijo do deserto ...

Homilia do silêncio Perguntei ao silêncio porque  se iludia de sigilo, Repetiu-me do exílio a censura e o vácuo, Pousando os ...

Estou triste, como austero o dia e eu Condenado a um sentimento sem nome, Semelhante ao gelo na voz que um dia m’emudeceu, Cativo...

Que seja eu, os meus pedaços E todas as mãos que me lerem, Espiem meus passos, sejam laços Juntados, pontas que estes não têm, ...

Os pássaros do precipício, Cantam de cabeça pra baixo, Também por fora deste edifício, O meu coração perplexo, Olha o chão do...

Permitais-me que silencie o contentamento No rosto, se hoje me acenavam  Ainda, foi por bondade ou o oposto, Pois sorrisos bons, ...