Quase parece um não viver,
Por viver dum outro modo,
De quem passa lado a lado
Com a vida sem a ela se submeter
Quase parece uma aurora breve
Aquele acordar que ainda ontem tive
Tão perto estive de ser quem nela vive
Que nenhuma outra manhã me serve
Sem aquela visão que se tem do imenso cedo
Mas que acaba breve (afinal como tudo)
Como se fosse num parque natural de mim…
Sei que não posso viver assim,
Mas não quero viver d’outro modo,
Que não seja intenso, embora estranho,
Pra quem vive do pouco sonho,
E vive uma meia vida, a medo.
Quase parece um não viver,
Assim …colado no longe, tentando ver
Prá’ lém do que se diz por aí, ser o fim…
Mas que move a parte mais natural de mim.
Jorge Santos (10/2011)