Nada se faz cantando Nada acontece -a única veleidade é no que digo, Importância -a falácia menos feliz fútil do mundo, A felicidade -uma incongruência ilógica, falsa, De certos loucos, nada me faz encanto, Excepto a certeza na minha ínfima percepção de fim, Sinto o que vejo tal como um escaravelho Empurrando uma anónima vida passada Como que por engano, sem cura. Ternura ou medo São elementos consumíveis tal como um cabelo, Um milhão de velas acesas não evita uma guerra Nuclear tal como um prego não serve de casquilho, Frente a frente a realidade é bizarra e bizantina Tal como toda a liga que não se liga a nada "Is this the end", Nada se faz cantando,nada me faz Cantar, é um prazer que não volta, gozo não É cura para o que sinto, baço sonho e efeito. Apalpo o destino como num tempo outro, antes De acabarem os Deuses, antes mesmo de haver nada, E é com isso que lido por loucura ou medo, Constipa-me a deslocação do ar e o mínimo Bocejo me contenta, nada muda o que basta, Nada se faz cantando, quando pouco falta para O fim do mundo, acima fica o que sinto, Já nada se faz sentindo, tudo me faz cansaço ... (Nada faz sentido) Jorge Santos (04/2018) http://namastibetpoems.blogspot.com
Qualquer brisa de ar me serve, Mas balouçar no trigo o olhar, Minh'alma não consegue, Nem este obedece ao qu'digo, O mistério são as fontes, E o que penso a sós comigo, Sopra-as "Ítalo", o vento grosso Ou a sombra rente ao chão, Minha catedral é uma Caverna escura, loucura A crença que nem a religião Daquela forma suspensa, Sem vestes me veste, largo Um coração que trago, Amargo, amarrado junto Ao crâneo que não é mágico Quanto o de "Shakespeare", Evoco um Rei deposto oculto, Certo que voltarei um outro Rosto, aposto à luz ou ao luar, Qualquer brisa breve serve, Meu sonhar amarelo-pálido Trigo, leve minh'alma sofre Um sofrer que não vem só, Mas obedece ao castigo divino, Assim seara ceifada a foice, Como fosse erva da mina, Ou de uma velha seca fonte. (Meu lar é uma taberna) Jorge Santos (04/2018) http://namastibetpoems.blogspot.com
Que m'importa a idéia sem o Dólmen ... Que m'importa o Dólmen sem a aldeia, Viriato sem o entusiamo e um coração D'Vate duma nação que nunca foi triste, Não sei que pense ou se me entristeça, Ser feliz é desejar sê-lo e a idéia é a ultima Que morre, não o homem nem a justiça, À ilusão se chamará esperança, o Homem Não significa nada sem a voz humana, Nem Roma se escreve como o nome de Creta, César sem crença seria Roma sem o recinto, Viriato sem o entusiamo d'uma nação ou Tito Sem "Partisans", não teria unido a Jugoslávia, Poder comparar é um mito, a Torre de Babel Um pensamento, o novo testamento apenas Um livro mal escrito se não houver convicção, Que importa a mim a idéia sem o Homem novo, Um Dólmen sem povo - o Asterix e o Druída - Cristo sem Césares não teria nome, seria brisa Eu talvez nem seja paisagem, mas sou aquele Que se inquieta e mistura o pau com a bandeira Na alma pra construír uma idéia da lava Menos calma, a partir da aldeia em chamas, Que m'importa o Dólmen, (Vive la France) Morra a indiferença, (Morra o Dantas, Pim ...) Pam-Pum ... Jorge Santos (04/2018) http://namastibetpoems.blogspot.com