O mando Deu-la-deu real ou fábula,
Não sei se m’avergonhe de seu
Móbil ou me agache, repleto d’honras,
Era mestre das grandezas que ditei,
Ou diria o meu espanto, se dizê-las,
Já não fosse meu nesse encanto, os feitos
Na ilha dos insatisfeitos, eu de facto
Nem memória, quanto mais história-
-Tempo na escala humana e terreno,
Era mestre das grandezas que fazia,
Com espadas e navios escunas, me vejo
Na ilha dos insatisfeitos mansos
D’agora, que se m’acaba o mando
E o navegar e a descoberta vã,
Sem esperança boa me acabo raso,
Manso como escama de peixe fome,
Fosse cruzada pátria minha heróis,
Sem nome lá onde ficou encardido, dado
O estandarte do deve e dever chão,
Não sei em que praça-forte pára,
A ilusão tão feia da certeza que sou,
Nem nobre nem cavaleiro d’então,
Sou a sombra ruim d’algo que cruzou,
Os céus e não era eu era Deu-la-Deu
Infante, honra que de haver me esquece,
Incolor o meu manto o meu cinto,
Dorme em mim, parte dum país sem teto.
Jorge Santos (12/2014)