Uma brisa, uma
frase, um caminho,
Uma tarde, uma
esperança, um voo…
Só não lembro
de onde venho
Talvez do
mundo do fim de tudo,
Com seus azuis
palácios e o que reste
Da canção com
que certa mãe embalou…
Tudo acaba
onde começou,
Meu coração
pairando mudo,
Sem lembrar
quem eu sou,
Se das terras
do fim do mundo,
Onde tudo
começa e aonde ele acabou.
Será que, também
surdo eu sou,
Já que da voz de
minha mãe,
Nem percebo sequer
o recado,
Nem na brisa rosada
da tarde,
Que dizem ter
a voz que de “Deus vem”.
Se tudo acaba
onde começou,
Que se me
acabe desde logo a razão
Pois meu
absurdo coração, nem caminho,
Nem país tem, é
parte sal e fel,
Parte castanho
mel como qualquer nação
Onde se
misture a dor dos que cá estavam
Com a dos que nem
de lá são.
Tudo acaba
aonde começou
Jorge Santos
(08/2014)