Farol



Sendo eu navio transponho o brilho escuso do mar e fujo do olhar

tão rápido como o louco muda de esgar.

Sendo um nado vivo transporto comigo fachos de lucidez comum,

como obrigações e estas ilusões de vida sem nada de verdade para partilhar,

se nem lúcido consigo de razões fogos-fatus empunhar.

Por quem me tomas...

se nem me importo que me reconheças logo

como perdido ou resgatado ,

eu faroleiro...espiando o navio no nevoeiro denso

como um louco marinheiro longe do mar.

Agora ,ao raspar da solidão o sal e a pele áspera

nada mais me resta que esta carne em sangue-viva

e uma intensa sensação de dor como de quem espera

na floresta e nu ser amarrado e rasgado por silva brava.



Jorge Santos

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