Quando me envolvo na fractal distância,
Comovo-me como uma borboleta,
Que duvida de si própria;
Sinto-me envolvido
D’uma forma total, embora sem peso
E me lembro d’outra realidade
Que antes não era tão real.
Imagino-me alternando entre neve e incógnita
E o acaso depois governa no cair
O meu ser solvente.
Termino numa terra distante, em tarde branda,
Tento ignorar a presença aleatória
Da consciência;
Perdida que foi a Memoria da névoa.
Farei um poema quando nada restar de seu,
Num universo convicto,
Sem a emoção nem o claro segredo,
Mas cuja realidade revestida, lembrará um luminoso
céu.
Quando me libertar, envolver-me-á numa nitidez,
Sem corpo nem espírito
E sossegará o movimento do universo
Com o bater d’asas d’uma simples borboleta…
Jorge Santos (12/2011)