No fundo,
Sou outra pessoa ao pensar,
Mudo tão completamente
Que os pés ponho, ao lado da boca
E o cérebro na ponta dum garfo
Rombo, sinto ser outra pessoa a pensar,
Tenho fome do que está pra'lém do fim,
E no que sinto me enrolo, encaracolo
Pra sentir o pensar com a boca
Em roda dos ridículos testículos
E o dedo grande do pé nos dentes
Com que descrevo mil varizes,
Estendendo-as ao comprido"
Embora só às vezes entenda,
O que dizem ao passar, plo pensar
Que não sendo meu, sou eu o outro
Ou outra gente no meu pensamento,
Bem lá no centro, a pensar ser eu,
Quem pensa com'ess'outra Pessoa,
Que no fundo soa e sabe a mim...
Sempre ... sempre... sempre...
No fundo sei que de trás e de frente
apareço em cada obra que creio ser minha
embora saiba de sobra, em Réis
ela valer tão pouco e que eu nunca
Serei quem ...
Jorge Santos (06/08/2015
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