No bater de duas asas
Solto, meu coração não bate certo,
Céleres, soltas as borboletas que haviam nele
Pararam de bater asas duras
Ou sou eu que não as ouço,
Ando distraído,
Céleres, soltas as borboletas que haviam nele
Pararam de bater asas duras
Ou sou eu que não as ouço,
Ando distraído,
Anda distante minha audição,
Sussurras e não entendo,
Nómada ando eu, meu ouvido
Deserto, lamento não ouvir,
Preciso de ser arranjado
Sussurras e não entendo,
Nómada ando eu, meu ouvido
Deserto, lamento não ouvir,
Preciso de ser arranjado
Mais lamento não ver nem falar tampouco,
Sonho é um canteiro que separa
Do mundo imaginário o real que é agora
E o estar longe não é cenário
Que se enrola e desdobra ao contrário,
Sonho é um canteiro que separa
Do mundo imaginário o real que é agora
E o estar longe não é cenário
Que se enrola e desdobra ao contrário,
Tal é a minha facilidade de sentir outro lado
No lado de cá onde meu coração não está,
O celeiro das borboletas sem asas,
Celebro a facilidade de sentir o absoluto,
O armistício sem a salva de balas,
No lado de cá onde meu coração não está,
O celeiro das borboletas sem asas,
Celebro a facilidade de sentir o absoluto,
O armistício sem a salva de balas,
No bater de duas asas o voo
E o azul não é cor nem é dor,
Solto, meu coração; já disse
-Não bate certo – precisa de ser amarrado,
Antes que o roube de mim, a morte e a derrota.
E o azul não é cor nem é dor,
Solto, meu coração; já disse
-Não bate certo – precisa de ser amarrado,
Antes que o roube de mim, a morte e a derrota.
Jorge Santos 06/2018
http://namastibetpoems.blogspot.com
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