Jorge Santos

(Sombras no nevoeiro) Sinto que sou um poeta falhado, E escrever tornou-se uma tarefa Balofa, à qual me não dou de todo, Sint...

Nada mais me provoca emoção, cansei-me da vida que levo, O fardo que carrego é uma âncora, assim como outra tralha, Que não se vê...

Nesse impossível jardim,   Sujeito á plácida meditação E ao querubim do suicídio, A vista, sem demorar nos frutos, Perde-se d...

Pra’quê o tempo, Pra’quê a urgência, E a viagem que o vento Tem de fazer, E a que o tempo, Tem feito, solto Se o que tard...

                                         Quem irá recordar-se de nós, A quem não bate certo, o coração, A razão e não sei que mai...

No cabo dos mitos, Onde as brumas moram, As ilusões voaram em farrapos, E as mágoas ficaram, No cabo dos muitos, Os negros ...

A minha ida é feita num barco, Sem uma única onda lavrando a quilha. Afeito à vida, virada de borco, Já nem ardor tem, a minha tr...

Se soubesse que morria amanhã, Punha na cara, a máscara da verdade, Que ainda lembro a pouca que tinha Ontem, por acaso, ao cair ...

Dizia eu, no outro dia, Que meus rostos todos, não sou eu, Mas antes o momento relembrado, D’uma esperança que no corpo guardo. ...

Á minha maneira, estar sozinho É escutar a noite vasta Como pardal sem nicho, Aguardando a tua volta. Á minha maneira, tud’o ...

Criei um beco e multipliquei por três o incómodo Vivo das expressões mais básicas do pensamento E a renúncia não é mais que um om...

Amo o poente e o anoitecer, por não ver utilidade Na noite velada pois em todas morro um pouco. Amo o mito por ter rejeitado a ver...