Foge a consciência, do sítio
Definido, p’lo dia pleno.
Soubesse eu, trancar o encanto
Em mim, por de dentro
E suspender o fio
Que divide a noite e o dia,
Em termo,
E mito…
Com a noite, tudo fica calmo e fixo,
Indefinido o real,
E o que posso não explicar,
Nem ver.
Soubesse eu, soltar o encanto
De verdade e sentir,
De mil maneiras,
O ar espesso,
De vales arestes e íngremes ladeiras,
Nas manhãs lavadas,
Renunciaria ao feitiço,
Das trevas,
Feiticeiras ou fadas…
Soubesse eu, d’mil maneiras,
Sentir tudo, sem sentir nada,
Sonharia de dia,
Pois sendo noite cerrada,
-O sonho ter-me-á sonhado-
(Com a noite tudo fica calmo)
Jorge Santos (12/2013