Quanta fadiga me enternece









Quanta fadiga me enternece,
Quantas fases do luar sigo, 
Quanto adversa é ou pode 
Ser, a existência sem a ilusão

Que vida acontece como uma
Espécie de cansaço benigno
E a ternura é fruto disso que
Chamam o amor e o divino,

A fadiga reanima-me e o universo,
Juntamente comigo balouça, 
Dança a mesma dança de sempre,
Sem escolha ou intervenção

Do pensar, faça eu o que fizer,
O meu corpo obedece ao cansaço,
Visto ser a mais usada das minhas
Emoções, depois do sentir inútil.

Quanta fadiga me enternece,
Quanto pesa o coração no pensamento
Meu ou qual o mais leve deles
E porque nos prende um só

Acabando nós por lhes pertencer,
Semelhante aos signos que cegos "tão-bem"
Veem, eu sigo as fases da lua
Porque está à minha vista.

Dista do meu cansaço uma meia verdade
De ver o que não é possível ver, 
Como ouvir da própria alma um segredo
Tolo igual a outro à distancia 

De um queixo duro. A ternura é feminina,
Usa a consciência como uma espécie de cálice
Ou mapa não físico do real para saber
Quais as razões da simplicidade, 

E o que há pra'lém do sofrimento
E da fadiga benigna, da sensação 
Que sinto quando me canso 
E vivo a paz como uma doce ternura,

Tão minha. Quanto a ternura me fadiga,
Quanta fadiga me enternece ...








Jorge Santos (02/2017)




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