Frases

 partidas


Tenho muitas frases, como aquela da “lua fundida”
Entre o cais e a maré,
Frases do andar por andar “da gente” na rua despida
De frases fundeadas e sem pé,
Frases que querem vir para a frente do título e desmenti-lo
Depois em rodapé.
Perdido estou em magras frases da minha rasca vida !
Rendida  em contadição
Perdido na mansão ou corredor temporal da frase sem sal
De facto, não,
Não tenho agora frases que sirvam de verdade a todos e tudo,
Elas, por um nada mentem,
Tenho umas outras frases que se me avizinham
E me enfrentam,
Frases fininhas, em tiras, na mente, que me vêm e vão,
Frases singulares,
Em gatafunhos secretos e sinais na fase do sermão
Aos peixes,
Que um mero filósofo (ares a fidalgo da rua) de único sentido
(Ainda que extranho) Inventou de repente, para meu intimo e vão uso.
E rondo frases à roda da tabuleta melancolia,
Seu interminável e redondo uso!
Não me encontro com ninguém que me louve
Ou me sublime,    
(tenho fases, como a lua, “aquela lua fundeada entre o cais e a maré”.)
No dia em que alguém perguntar ser minha
A frase que “algum pessoa” leu,”não é dia de eu ser só eu”
E, quando chegar esse dia,
O outro “eu” liberto de cada pagina  em tiras fininhas cortada,
partiu e, então “comigo, já viveu”.

Joel Matos
04/2010
http://joel-matos.blogspot.com

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