Sem es’tar es’tou,
Eis quanto e comum
Eu sou, ao ponto de ser
Peculiar em mim o ridículo,
Eu sou, ao ponto de ser
Peculiar em mim o ridículo,
Sem estar estou, apenas
Cansado de estar cansado,
Sorrindo sem estar contente,
Cansado de estar cansado,
Sorrindo sem estar contente,
Sem estar s’tou noutro lado,
Diferente e igual, sem estar
Me vou sentando entre gente,
Diferente e igual, sem estar
Me vou sentando entre gente,
Sinto-me pensar sem querer,
Perdido sem me perder, a ideia
De me perder é um desejo,
Perdido sem me perder, a ideia
De me perder é um desejo,
Um compromisso que assumo,
Tal como sonho o espaço
Sem o ver, sem í’star, sem o ter
Tal como sonho o espaço
Sem o ver, sem í’star, sem o ter
Como quem conheço desd’início,
Apenas plo sorriso
Que podia ser d’alegria ou não ser,
Apenas plo sorriso
Que podia ser d’alegria ou não ser,
Afinal que sorrir’alma tem,
Apenas cansaço eterno,
Minha ilusão terrena, efémera,
Apenas cansaço eterno,
Minha ilusão terrena, efémera,
Nem outra coisa é preciosa
Mais pra mim qu’esse alguém,
Nesta ausência total de gente,
Mais pra mim qu’esse alguém,
Nesta ausência total de gente,
Eis quanto e comum
Eu sou neste triste circo,
Que tão pouco vida ou fera tem,
Eu sou neste triste circo,
Que tão pouco vida ou fera tem,
Procurando o que não encontro
Sonhando o que não existe,
Sorrindo sem vontade a tud’isto
Sonhando o que não existe,
Sorrindo sem vontade a tud’isto
E a quem está cerca, sem estar,
Apenas um esquivo e disto, pretenso,
Ridículo, “snob”.
Apenas um esquivo e disto, pretenso,
Ridículo, “snob”.
Eis quanto e comum
Eu sou, tal qual o ar tíbio
Em que, pra sempre me vou …
Eu sou, tal qual o ar tíbio
Em que, pra sempre me vou …
Jorge Santos (07/2017)
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