Apaguei o tom de magia e talvez dom do bom senso
Quando vi todos os doutos, acotovelados na dorna
d’uma má atriz..
Açoitado p’lo juíz, fiz figura do criado coxo de
laço no pescoço,
Quando tentei subir ao palanque, surgiu a tal mesma
variz
Do tempo ao qual fui colado, esguia e inchada… ao
cair quase me ouço
Girar no fundo do poço, tão fundo ele soa e o
som se escoa
Como se fosse areia fina numa cuba de zinco,
Fria como cota de aço, e sem os louros da grei
por coroa.
Sinto-me tão realizado com uma embriaguez tal
como do fracasso
Do qual não recobro. Estou acorrentado a um tal estado, bem enterrado na terra.
E retomo da morte, repleto de enxertias sonhadas
nesta vida bera.
Entre o que sonhei e onde estou, perdeu-se a
noção íntima de tempo e espaço,
Bem podia o jardim do éden ser no quintal da
frente
Que aos meus olhos seria tão longe como o fim do
vasto horizonte
Essa é uma das razões porque não espreito pelos buracos
no muro,
O medo de me lembrarem águas passadas escombros do futuro…
Jorge Santos (08/2012)
http://joel-matos.blogspot.com
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