É talvez o último dia da minha vida,
Tida e sorvida de um único fôlego,
É tal-e-qual ver no escuro, a vereda,
Por, e onde vou, e no quando, cá chego,
Já, e de noite; eu relembro o dia,
- Por ser o último - nem é tristo, nem contento,
Dele que, de fugidia f’rida, invadia,
Não tanto a carne, mais o espírito.
E nem estrebucho, s’esse Tal me fez Pessoa,
Temperado, quanto-baste, até que doa,
Aí, no suspiro do ultimo ai m’apego.
É talvez a mim que vim mentindo, por último,
Em fim de dia; daqueles que mais lastimo,
Se até no dizer, de resto sou Ingrato.
Joel Matos
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