Não ser eu toda-a-parte, em toda a gente
Sentir bastante perante o que me comove
E o que é pasmo, não fazer eu parte maior
Do a seguir a mim, de um modo natural e leve
Quase como se fosse instituído por plena lei,
Congénita, a tranquilidade ter a orgânica
Lunar e desse mar o êxtase, a ambição doce
De acariciar a erva alta fofa e as faces dóceis
Em toda a parte e toda a gente nas breves
Coisas, essenciais ao que alma minha sofre
E sente igual a essa surpreendente gente
Não sendo trás e frente tod'essa gente eu,
Faça o que faça pra que me não demova ter
Dos sentidos os extremos destes e o excesso
Próximo dos sentir passar como camião
Desgovernado ou comboio de excessiva carga.
Não ter eu metade a que agrade a mim mais
Que à outra parte de gente de que faço fraca
Parte, não ser eu toda a gente e toda a parte
Que emociona os sentidos dessa alegria única.
A paixão de ter algo, é uma pipa sem fundo,
Ter sossego, é outra coisa e tem a ver
Com o fogo que herdámos da mãe Terra
E não do estômago que motiva a fome
E a miséria de querer tudo e mesmo
O que não empresta felicidade às rosas
E o perfume às açucenas de chão de terra,
Não ser eu toda-a-parte, em toda a gente
Sentir bastante perante o que me move,
E o que eu pasmo ...
Jorge santos (02/2016)
http://namastibetpoems.blogspot.com