Verde
Estátuas e guaritas,estradas infinitas,dizei-me,
Dizei-me se na minha vida tudo é verde,
Se é verde a vida ,se é verde a s'trada que garimpo,
Se é verde o vinho , que sobeja na taça e a taça que verto , também é verde.
Se ver-te verde , azul ou vermelho é miopia,
Dizei-me estátuas garridas , lages e avenidas,torres,
Se vejo verdes , guaritas e torrões castanhos,torreões , castelos,
Quando verdes seriam teus olhos claros,e cabelos.
Verdes são meus sonhos guardados,verdes são minhas mãos,
Verdes os meus sonhos,verde , minha pele escamosa.
Verdes as minhas princesas à espreita,
Não têm olhos verdes nem castanhos ,são olhos
De todos os tamanhos ,seguem-me nos sub terminais,
No metro suburbano, nos subterrâneos ,nas masmorras,
Dizei-me princesas se verdes são meus olhos,
Escamosa minha pele e ventosas
Jorge Santos
Meantime
MEANTIME
Far away, far away,
Far away from here...
There is no worry after joy
Or away from fear
Far away from here.
Her lips were not very red,
Not her hair quite gold.
Her hands played with rings.
She did not let me hold
Her hands playing with gold.
She is something past,
Far away from pain.
Joy can touch her not, nor hope
Enter her domain,
Neither love in vain.
Perhaps at some day beyond
Shadows and light
She will think of me and make
All me a delight
All away from sight.
(19??)Pessoa
Intervalo
Fiel no Dizer
Dizem que finjo ou minto,
Tudo que escrevo,
Não, Eu simplesmente sinto,
Com a imaginação, Não uso o coração
nem lamento o que escrevo,(ou não)
Nem sinto,mais flores sair,
ilesas, desta mão por isso,
Desta raiva , do não sentir mais.
Sou mais fiel no dizer que a mim,
Dizem que finjo ou minto ,
no que risco ou imito,
Mas sinto um véu de purpura seda,
Que me cobre a razão,
E pelo sim pelo não
Escrevo no correr da mão,fiel ao prazer.
Jorge Santos
Desleal D 'alma
A minha tristeza,
É chama tal,
Que depois d'acesa queima ,
Até m'acabar (é uma fortaleza impossível)
Minh'alm'ardente crepita,
Até no acreditar,
E é um vento solto,
Perdido no ar,
E a mim completamente desleal.
Jorge Santos
Fé Silvestre
Para dormir desperta em Mãe-Terra
Na orla da floresta frágil d’azinheiras
Havia que permanecer de raízes por terras, nuas,
Admirar Vega em noites sofismadas
Na sombra vaga ,nas margens d’azinhagas,
Da grande serra do Risco.
E os fogos-de-santelmo vieram
Na noite terna (sem nuvens) despertar
O Homem da flor silvestre
Cansado de repetir-se.
A flor Silvestre d’aragem sem pressas
Sopra em trigos e searas perenes,
Selvas ainda densas
Sussurrará sempre uma mensagem
De fé da Terra-Mãe.
Jorge Santos
pregos e blocos
O meu prego
É moscovita,
Num dia torce
Para a direita,
No outro não entorta
Nem a crista.
É bolchevique
E fundamentalista,
Rasputine e encapuzado,
Por vezes ,o prego,
Sente-se ilhota e desencantado,
Outras, um Lorca fuzilado,
O meu prego,
É artista , da cidade
Dos comediantes
E dos segredos,
Nem ele sabe ,
O que sussurram,
Nus ,em negros becos,
Escondidos,
Com medo
Dos sem dedos,
Os Espíritas.
O meu prego mendiga,
Mechas de cabelo,
Com o filho cego.
O meu prego,
Esconde-se na sebe
E nos rochedos,
Tem ego de elefante
E ADN de mostrengo,
È Moscovita.
Jorge Santos
Oração
A um Deus Anão
Procuro castigo puro,
Porque Profanei o tumulo
Destinado do destino
E a Mansão do Emílio Zola.
Procuro quem me iluda,
Dedo aponte ao proscrito,
Traslade do garrote,
Armadilho em Covil de Zorra.
Procuro castigo duro,
Carga de rinoceronte
Ou Cornada de bisonte,
Abate contra o muro
Como um Goya fuzilado.
Procuro castigo rasgado,
Pelo corte picotado,
Missiva de Degolado reles,
Enxertado nos baldios
Dos infernos dos montes
Dos Perdidos.
Procuro rastilho
Curto de explosão
Rápida em paiol
Procuro lábios de sangue
E segmentos de enxofre
Que chamem a atenção
Procuro castigo puro
Por saquear a vala comum
De um Deus anão.
JORGE SANTOS
Joel em PESSOA
"Sou daquelas almas
Que as mulheres dizem que amam,
E nunca reconhecem quando Encontram,”
Daquelas que, se elas as reconhecessem,
Mesmo assim não as reconheceriam.
Pra ser franco sinto perto uma linha que me divide
Entre o concreto e o metafísico, e uma dor extrema no peito.
“Sofro a delicadeza dos meus sentimentos,”
De alquimista e maquinista dos invernos
“Com uma atenção desdenhosa.
Como dos caracóis recolho-me e d’eles
“Tenho todas as qualidades,
Pelas quais são admirados os poeta românticos,
Mesmo aquela falta dessas qualidades, pela
Qual se é realmente poeta romântico.
Encontro-me descrito (em parte) em vários romances
Como protagonista de vários enredos;
Mas o essencial da minha vida, como da minha alma, é
Não ser nunca protagonista."
É antes ser autista quando preferiria ser artista e quiçá igual ao
Anarquista do conceito quando afinal sou grosseiro.
"O cais, a tarde, a maresia entram todos,
E entram juntos, na composição da minha angústia.
As flautas dos pastores impossíveis não são mais suaves
Que o não haver aqui flautas e isso
Lembrar-mas."
Lembrar-mas nos ermos que lasquei fascinado
Sem encontrar uma clave de Sol e os tesouros
Que valem ouros prosados e vícios fenícios.
Me levem daqui pós migrados de aves de voo
Tantas vezes replicado no sul.
Os paióis de minhas explosões são artefactos
Caseiros e artes que não detonam.
Sou sequelas d’almas com rasgado sorriso
Que se transmuta em ouriço
E parte para outro orifício , outra angústia.
Joel em PESSOA
Águas Mil
No que sobeja d'águas Caim
E magos em prados e cutelos,
Até que um rio correndo
M'arrastou e despiu d’árvore ,
Me envolveu d’folhas ,
Protegeu do frio , no sobejo
d'fraguas fortes , caí protegido ,
Caíam de mim , arrastadas no borborejo
Da fonte e cresci defronte ela
(minha amante), a fonte era distante
Mas soube-me a sede.
Descobri-me dum pouco no mar semfim
O acordeão lânguido, ritmado,
Das ondas salgadas,
O saguão pintado,bruxelante,
Refúgio das horas fundas,
No sobejo de águas-furtadas
Jorge Manuel Santos
Jorge Santos
Odin
OUTONO
Furioso, Odin levanta a vara que o ampara
E lança o feitiço apontando o espaço
O ar cresce de negro, rastilha o trovejar disparando raios
Em todas as direcções, às cegas.
Nas pregas da serra arde a urze e ilumina a cena
Que orquestra o mago.
Na recôndita vila maldita cantam os galos pretos
A lenha crepita e irrita os olhos defumados
E ajeitam-se os alhos em galhos e varais nos vãos portais.
PRIMAVERA
Amainado o vento, Odin pousa a vara que o ampara
Faz refulgir os pântanos infectos, derrota os vândalos
E os profetas da desgraça, dá asas alegres às borboletas
Harmonia às trombetas de guerra.
No castelo de Montsegur ressuscitam os bonshomens
Tudo é verde no mundo dos Cátaros
Odin regressou no ramo verde e no rumo dos bravos, dos pássaros e dos patos
Que grasnam e voltam sempre ano a-seguir a ano.
Pr’a ficar furioso de novo no Outono
JORGE SANTOS
Furioso, Odin levanta a vara que o ampara
E lança o feitiço apontando o espaço
O ar cresce de negro, rastilha o trovejar disparando raios
Em todas as direcções, às cegas.
Nas pregas da serra arde a urze e ilumina a cena
Que orquestra o mago.
Na recôndita vila maldita cantam os galos pretos
A lenha crepita e irrita os olhos defumados
E ajeitam-se os alhos em galhos e varais nos vãos portais.
PRIMAVERA
Amainado o vento, Odin pousa a vara que o ampara
Faz refulgir os pântanos infectos, derrota os vândalos
E os profetas da desgraça, dá asas alegres às borboletas
Harmonia às trombetas de guerra.
No castelo de Montsegur ressuscitam os bonshomens
Tudo é verde no mundo dos Cátaros
Odin regressou no ramo verde e no rumo dos bravos, dos pássaros e dos patos
Que grasnam e voltam sempre ano a-seguir a ano.
Pr’a ficar furioso de novo no Outono
JORGE SANTOS
Caravelas Pandas
O cheiro que tinha um dia o próprio vento.
Esse cheiro que o vento traz e diz saudade,
No despertar da Esperança, ao fim e ao Cabo
Pressente-se o regresso das caravelas inchadas,
Sentindo mais pesadas as perdas nas ondas pandas prenhas.
Dulce, sentada na areia,
Demora-se, ansiosa, espraia,
Folheia um livro de poemas,
Sentidos. Dos olhos,
Amêndoas de sereia
Derrama sal, e saudosa,
Espreita nas ondas e nas conchas
O som cheio no vento trazido.
Ele era um soldado
Embarcado, desgraçado,
Desterrado nas naus
Pelo alcaide-mor,morto.
A jovem Dulce, prenha espera
E desespera a chegada
das caravelas inchadas,
com um orfão nas entranhas.
estranhas vindas e idas das caravelas pandas.
Jorge santos
A oliveira torcida
A oliveira.
Retorceu-se e revirou-se,
Tinha Consciência do pressagio,
Tão só ficou no monte vazio,
Longe da villa e das gentes,
As terras eram lavouras grandes,
Os campos transformaram-se,
Veio então torcido o vento grosso,
Empurrou-a pelas folhas,
E pelo tronco outrora forte,
Abanou-a como vassoura,
A raiz teimosa gemeu,
Mas não cedeu,
A chuva pesada veio, levou tudo,
Os grandes trigais por ceifar,
E as oliveiras com ela,
A terra ficou mais cinzenta,
E as noites nos lugares de casas,
Mais negros, negros nos rostos
E nos pratos rasos,
Sem mais azeite,
As candeias às avessas,
Com as oliveiras nos montes.
Jorge Santos
Retorceu-se e revirou-se,
Tinha Consciência do pressagio,
Tão só ficou no monte vazio,
Longe da villa e das gentes,
As terras eram lavouras grandes,
Os campos transformaram-se,
Veio então torcido o vento grosso,
Empurrou-a pelas folhas,
E pelo tronco outrora forte,
Abanou-a como vassoura,
A raiz teimosa gemeu,
Mas não cedeu,
A chuva pesada veio, levou tudo,
Os grandes trigais por ceifar,
E as oliveiras com ela,
A terra ficou mais cinzenta,
E as noites nos lugares de casas,
Mais negros, negros nos rostos
E nos pratos rasos,
Sem mais azeite,
As candeias às avessas,
Com as oliveiras nos montes.
Jorge Santos
Bonfim
No fim da Alameda do Bonfim,tem uma vereda,na entrada morreu parte de ti,mas foi a parte que não conheci,a outra escondi...só pra'qui vir todos os dias..chorar na tua frente.
Jorge Santos
D'azur
Lá da Quinta do Parnaíso
Lindas, aprazíveis, ocultam
Por despido sorriso
Tons raros anil repétulas
Sortilégio d’enfeitiço
D’ázur infinito e pérolas
Adiei verbos despedir ,
D’mais outonais,
Por crer ver-te florir,
Pr’aí p’los quintais,
Ai,Ai flores d’azur Ai,ai.
Jorge Santos
Barc'azul.
Barc’azul
Sonhava navegar de azul,
No barquito ali do lado,
Cavalgar brancas cristas,
Ser Surfista de muitas praias,
Quando corria, pl’as ameias
De passageiros castelos ,
Construidos de leves areias,
No vai-vem ,nas ondas
Dos mares , norte e sul,
Feitos e refeitos em utopias.
Sonhava mudar tudo,
Ser um che-Guevara barbado,
Hasteando rubras bandeiras,
Gritei“Revoluçion ó muerte”,
Mas ,metade de mim, ficou
No barquito azul sonhado.
Jorge Santos
Torto retrato meu/seu.
Por vezes, me dá, um
Arrepio, não de frio,
Mas com o que escrevo,
Como se, minha não fosse,
A brisa soprada no ouvido
Ou a voz docil que entra
Pela porta virada ao mar,
Ou outra nas traseiras
Ao lado da serra deserta.
Quem vês?grito do virar da'squina.
Nem sei, se disperso,o que nesta
Súplica resta, se,minhas frases
Arrasam ou se, as misérias,ele
screve e devora só'minh’alma
Rota e fosca, tantas vezes repetida
Vida opus vida. Realmente não mereço,
Que mais dei?que nunca diz,
Nada e ninguém,
Que derramei ou não fiz,
Nem frases feitas me descubram,
Da volúpia, do medo e lado feito,imoral,
Nos ardendo corpos,nus deitados
No sol, nem sei,se suas ninfas sejam,
Nem sei, mesmo assim,mudo,o'screvo,
De texto,Jorge Santos
Joel Matos
Torto retrato meu/seu.
Por vezes, me dá, um
Arrepio, não de frio,
Mas com o que escrevo,
Como se, minha não fosse,
A brisa soprada no ouvido
Ou a voz docil que entra
Pela porta virada ao mar,
Ou outra nas traseiras
Ao lado da serra deserta.
Quem vês?grito do virar da'squina.
Nem sei, se disperso,o que nesta
Súplica resta, se,minhas frases
Arrasam ou se, as misérias,ele
screve e devora só'minh’alma
Rota e fosca, tantas vezes repetida
Vida opus vida. Realmente não mereço,
Que mais dei?que nunca diz,
Nada e ninguém,
Que derramei ou não fiz,
Nem frases feitas me descubram,
Da volúpia, do medo e lado feito,imoral,
Nos ardendo corpos,nus deitados
No sol, nem sei,se suas ninfas sejam,
Nem sei, mesmo assim,mudo,o'screvo,
De texto,Jorge Santos
Joel Matos
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