Me dói tudo isso
Existem coisas iguais,
Mas nada é realmente
Igual, salvo erro a vida,
Tal como a conheço,
Ainda rindo de mim.
Se existem coisas iguais
A mim, desconheço o mural,
À margem de mim nenhum
Outro rio corre, corro eu
E a paisagem é única,
É a que eu observo, vejo
Da janela e à frente,
Entreaberta, é onde
Ponho os olhos, postos
No que puder, posso ver,
Vendo no que me dói
Encanto, no que se esconde
Um mundo, escondido me atrai,
Convida a vista e o coração,
Sendo coisas diversas,
Minhas todavia são,
Coração e vista, morto
O instinto, a natureza toda,
Anseio o vento, a chuva
Personificação do sagrado,
Essência de mim, horizonte
Daqui perto, incógnito incólume,
Coberto por tud’o que possa ser
De facto, e realmente igual
A mim, me dói tanto tudo isso,
Dói tal qual natureza morta.
Jorge Santos 19 Novembro 20/25
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1 comentário:
Muito obrigado fico grato por me lerem
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