Durmo tempo demasiado
Sem consciência ter de ter dormido,
Tento só no sono ter fundo
O sentir, porque acordado
Demais não sonho sinto
Acordado, que durmo
Sono profundo ao pensar,
Durmo tempo a mais ou não durmo
De todo, peço ao dom do sonho
Que retire essa falha do meu
Coração e parta sem deixar a saudade
No lugar onde durmo o tempo todo
Do mundo, sem entender
O tamanho do tempo que leva a sombra
Do crepúsculo à alvorada ou
Quanto tempo do bocal ao poço
Fundo demora a queda de um anjo louro,
Pintamos de cores fortes as
Manhãs e escurecemos as paredes
Dos quartos e o tempo que passamos
Entre muros ambos de nossas almas,
Quanto aos pombos pousados,
Lado a lado olhando-se de soslaio
Esperando o céu lhes responda ou eu,
Durmo tempo demais talvez
Sem consciência ter, tonto de tanto
Embrulhar a realidade em papel branco-
Pardo, culpa dos sentidos
Pois de mim pra mim digo
Que convém ter sonhos,
Mais que lucidez sem eles
Na parede dos quartos forrados a papel
Branco, Durmo tempo demasiado
O tempo todo que leva a sombra
Do crepúsculo à alvorada,
Do bocal poço ao fundo e depois do silêncio ...
Ao que nada ouço.
Jorge Santos (02/2017)
http://namastibetpoems.blogspot.com