(a monte)


                                                                                                                                                             
Abarrota o meu peito, num campo claro,
O cheiro dos fenos, todo me rendo, aos montes
Subindo as colinas, bebendo em renascidas fontes.
No canto d’este olho, uma lágrima d’avaro,



Tal regato de Agua, preso á cintura, trago
Saudoso e oiço flautas, apenas, segredar
Silêncios intensos, nas palavras de ar,
Que me inundam e alargam o fôlego,  


Nesta erva viçosa, que me solta e prende,
Dispo-me de conceitos e finjo dela fazer parte,
E já não sou eu quem foge, sou levado
A monte, Carpindo fogo e suor, suave e cálido,


Sou a montanha que me foge, na tarde.


Jorge Manuel Mendes Dos Santos
(2010/01)

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