Panfleto
Um dia, direi no que acredito
E virei a praça, e em publico,
Proclamar de um banco, o pensamento,
Escondido no bolso, deste casaco.
Olho nos olhos, estátuas de pedra
Dura, com vergonha, mordi lábios meus,
Senti-me profeta d’algibeira,
Vergastado, num qualquer Altar, sem Deus.
E eu mentiria, se meu protesto,
Não fosse do meu peito, panfleto,
E d’alto gritado, como quem diz:-pára,
“Parem de cavar um poço fundo,
Entre o deles e este nosso mundo,
Ou a voz dos muitos cedo será”
Jorge Santos
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